sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Manifesto... Entre Lençóis....

 


        Eu não sou estatística.  
      Não sou estereótipo. 
      Sou voz que rasga o silêncio. 
      Sou corpo que exige respeito.

     Entre lençóis, não há pudor. Há pele. Há suor. Há desejo. Mas cuidado, o desejo também carrega história. Carrega séculos de estereótipos, de fantasias coloniais, de olhares que reduziram corpos a rótulos simplesmente.

     E aí, o elogio virava ferida. A carícia virava lembrança de opressão. O prazer se contaminava com preconceito, hoje vivemos outra realidade.

     Mas amar é revolução. Amar é desaprender…  Desaprender frases herdadas, desaprender o costume de transformar o amor apenas em experiência privada, desaprender o vício de hierarquizar corpos. sendo que ele pode constituir-se como prática de resistência e emancipação.

     Amar é escutar… É perguntar... O que te fere?...  É responder... Meu prazer não é poder, é respeito.

     Liberdade se existir correntes… Liberdade é quebrá-las. Intimidade não é exotizar. Intimidade é reconhecer o outro por inteiro.

     Entre, lençóis e corpos, ardentes descobrimos que o verdadeiro gozo não nasce da hierarquia, mas da leveza de se ver humano, sem pudor, sem muros, sem grades, sem máscaras.

     E assim, no silêncio da noite. 
     O amor se fez poesia. 
     Um pacto de desaprender.
     É um convite a reinventar o desejo. 
     Vivendo a beleza de ser livre.
     Quebrando correntes invisíveis do prazer.
       Isso é raro. É bonito. É necessário.


      Por Alfredo  Guilherme 


15 comentários:

Anônimo disse...

Você não escreve, vc convoca. séculos, convoca fantasmas, convoca corpos cansados de serem apenas vitrines do desejo alheio. E faz isso com a delicadeza de quem sabe que poesia é faca e é flor, ao mesmo tempo. Show de texto caro amigo

Anônimo disse...

Obrigada por expor o óbvio que tanta gente insiste em não enxergar
amor sem consciência vira opressão reciclada. Toque sem escuta vira violência disfarçada, e elogio sem responsabilidade vira fetiche barato que humilha mais do que um beijo sem amor.

Anônimo disse...

Adorei mais esse texto amigo !!!!

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Parabéns 👏👏 amei 💝

Anônimo disse...

Há textos que não se lêem eles acontecem.
Este é um deles.valeu!!!!

Anônimo disse...

Parabéns vc lembra que o corpo não é alegoria, não é objeto de estudo e muito menos souvenir de fantasia é território. E território exige fronteira clara, respeito antes do toque, escuta antes da posse.

Anônimo disse...

Parabéns vc consegue em palavras dizer o corpo meu prazer não é poder é respeito. Um belo texto simplesmente amei 💝💝💝💝💝

Anônimo disse...

Seu texto é inspiração, no amor, um casal embaixo dos lençóis só tem uma forma de poesia o amor , aí vem a entrega vem o respeito, mais sem bloqueio sem fingir, só sentir e deixar o parceiro sentir que ali tudo que acontece é doação de prazer de paixão do que realmente brota de dentro da alma , isto é o verdadeiro desejo que vem do delicioso fazer amor 💝💝

Anônimo disse...

Finalmente alguém escreveu o que ninguém tem coragem de dizer!
O corpo não é neutro, nunca foi, e o desejo muito menos.

Anônimo disse...

Quem tá pensando que você ‘politizou a cama não entendeu foi porra nenhuma.
O texto não tira a leveza do amor ele tira a cegueira! Porque gente que prefere ficar cega porque ver dói.
Dói admitir que já desejou com preconceito.
Dói admitir que já erotizou a dor do outro.
Dói admitir que já fez um monte de merda na vida da pessoa amada.

Anônimo disse...

Parabéns amei o texto e simplesmente assim mesmo amar é escutar o que te fere e responder e prazer não poder.💝

Anônimo disse...

Realmente amari, significa derrubar heranças tóxicas, quebrar linguagens colonizadas, esvaziar o vocabulário velho do prazer. belo texto

Anônimo disse...

Parabéns. escreva mais textos assim. Mexe mesmo. Arde mesmo. Faz pensar mesmo.

Anônimo disse...

Amei cada linha. É pra incomodar sim. Tem que arder mesmo.Se não arde, não transforma.