quarta-feira, 16 de julho de 2025

Crônica : Respirar Brasil com os Pulmões Inteiros…

 


      Tem dias em que o ar do Brasil vem denso.
     Cheio de memórias, de lutas que ainda não terminaram e de esperanças que teimam em nascer à cada raiar do dia, junto com o café,  e o pão na chapa, da padaria da esquina.

     Respirar a soberania de um país é mais do que defender fronteiras com mapas.
     É proteger o cheiro do feijão da avó, a música que nasceu no morro, a reza sussurrada em Aparecida, o sotaque que não se dobra à gramática dos outros.

     É dizer, com o corpo inteiro… "Eu sou daqui… Sou brasileiro”.
     E daqui eu me levanto, sem precisar pedir licença ao mundo nem traduzir minha alma pra inglês.

     A gente vive num país que já foi saqueado antes de ser entendido.
     Tentaram nos ensinar o que comer, como amar, o que vestir, o que pensar.
     Mas o Brasil, quando respira por si, tem pulmão de floresta. 
E floresta, meu amigo… não se dobra fácil. Ela cresce, mesmo depois do fogo.

    Negar interferência externa não é fechar os olhos pro mundo.
    É abrir bem os olhos pra si.
    E perceber que a nossa terra fala em guarani, em yorubá, em português com sotaques arrastado pelo vento vindo de outros estados.

     Soberania, democracia não é só voto, é gesto.
     É quando o pescador conhece o mar melhor que o Departamento de Pesca.
     É quando a criança aprende a cantar hino e funk sem contradição e se apaixonar pelo futebol.
     É quando o povo entende que não precisa de aval de fora pra sonhar grande aqui dentro.

     Respirar o “Brasil com os pulmões inteiros” é resistir a ser moldado por moldes alheios.
     É cultivar o que é nosso sem medo de parecer “menos global”  porque o mundo inteiro mora aqui, mas em ritmo de samba e o calor de um abraço.

    Não somos colônia emocional.
    Não aceitamos tutores sentimentais.
    Temos feridas, sim. Mas também temos memória. E orgulho de cicatriz.

    No Brasil, até a dor tem uma maneira curiosa de ensinar aquilo que a calma. 

    Quando a gente atravessa momentos difíceis, é como se estivéssemos sendo moldados, às vezes de forma dolorosa, mas com o potencial de nos tornar mais fortes, mais conscientes, mais humanos.

    E quem nos quiser ensinar a viver… que aprenda, primeiro, a nos respeitar ao nosso jeito de como a gente sorri feliz por ser brasileiro.

    Por último, quero dizer… Essa casa tem dono. E também tem alma.


     Por Alfredo Guilherme

7 comentários:

Anônimo disse...

👏👏👏👏👏👍👍👍👍

Anônimo disse...

Esse seu texto, Alfredo, é um mantra poético de soberania, um ato de resistência emocional embalado em pão na chapa, samba e dignidade.

Anônimo disse...

Você traz a ideia de que a a soberania é intocável,, feita de cheiro de feijão, sotaque, funk, reza, mar, moça que sonha e criança que canta e isso emociona porque reconhece que a nossa pátria não é um hino: é um corpo vivo, coletivo, imperfeito e belo.

Anônimo disse...

Essa casa tem dono. E também tem alma.” é um grito silencioso de pertencimento. Um aviso terno e firme de que o Brasil não precisa de manuais externos, precisa de quem o respeite por dentro. Que deus ilumine o nosso Presidente

Anônimo disse...

Brasil mostra a sua cara e quem manda aqui

Anônimo disse...

Esse país é soberano gringada !!!!

Dalidaki disse...

Maravilhoso. Vc é uma pessoa que tem patriotismo no corpo e na alma. Parabéns