Tem dias em que o ar do Brasil vem denso.
Cheio de memórias, de lutas que ainda não terminaram e de esperanças que teimam em nascer à cada raiar do dia, junto com o café, e o pão na chapa, da padaria da esquina.
Respirar a soberania de um país é mais do que defender fronteiras com mapas.
É proteger o cheiro do feijão da avó, a música que nasceu no morro, a reza sussurrada em Aparecida, o sotaque que não se dobra à gramática dos outros.
É dizer, com o corpo inteiro… "Eu sou daqui… Sou brasileiro”.
E daqui eu me levanto, sem precisar pedir licença ao mundo nem traduzir minha alma pra inglês.
A gente vive num país que já foi saqueado antes de ser entendido.
Tentaram nos ensinar o que comer, como amar, o que vestir, o que pensar.
Mas o Brasil, quando respira por si, tem pulmão de floresta. E floresta, meu amigo… não se dobra fácil. Ela cresce, mesmo depois do fogo.
Negar interferência externa não é fechar os olhos pro mundo.
É abrir bem os olhos pra si.
E perceber que a nossa terra fala em guarani, em yorubá, em português com sotaques arrastado pelo vento vindo de outros estados.
Soberania, democracia não é só voto, é gesto.
É quando o pescador conhece o mar melhor que o Departamento de Pesca.
É quando a criança aprende a cantar hino e funk sem contradição e se apaixonar pelo futebol.
É quando o povo entende que não precisa de aval de fora pra sonhar grande aqui dentro.
Respirar o “Brasil com os pulmões inteiros” é resistir a ser moldado por moldes alheios.
É cultivar o que é nosso sem medo de parecer “menos global” porque o mundo inteiro mora aqui, mas em ritmo de samba e o calor de um abraço.
Não somos colônia emocional.
Não aceitamos tutores sentimentais.
Temos feridas, sim. Mas também temos memória. E orgulho de cicatriz.
No Brasil, até a dor tem uma maneira curiosa de ensinar aquilo que a calma.
Quando a gente atravessa momentos difíceis, é como se estivéssemos sendo moldados, às vezes de forma dolorosa, mas com o potencial de nos tornar mais fortes, mais conscientes, mais humanos.
E quem nos quiser ensinar a viver… que aprenda, primeiro, a nos respeitar ao nosso jeito de como a gente sorri feliz por ser brasileiro.
Por último, quero dizer… Essa casa tem dono. E também tem alma.
Por Alfredo Guilherme
7 comentários:
👏👏👏👏👏👍👍👍👍
Esse seu texto, Alfredo, é um mantra poético de soberania, um ato de resistência emocional embalado em pão na chapa, samba e dignidade.
Você traz a ideia de que a a soberania é intocável,, feita de cheiro de feijão, sotaque, funk, reza, mar, moça que sonha e criança que canta e isso emociona porque reconhece que a nossa pátria não é um hino: é um corpo vivo, coletivo, imperfeito e belo.
Essa casa tem dono. E também tem alma.” é um grito silencioso de pertencimento. Um aviso terno e firme de que o Brasil não precisa de manuais externos, precisa de quem o respeite por dentro. Que deus ilumine o nosso Presidente
Brasil mostra a sua cara e quem manda aqui
Esse país é soberano gringada !!!!
Maravilhoso. Vc é uma pessoa que tem patriotismo no corpo e na alma. Parabéns
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