Onde mora o amor moderno?
Num mundo onde os corações batem no compasso das notificações e os sentimentos se condensam em emojis, surge a pergunta… onde seria o "Santuário do amor moderno"?
Talvez esteja ali, na aba de mensagens arquivadas, onde repousam conversas com quem já nos fez sorrir por horas seguidas e sumiu. Ou quem sabe num feed silencioso, onde seguimos a rotina de quem amamos de longe, aplaudindo vitórias com “likes” e vivendo saudades através de stories.
O amor moderno não escreve cartas, mas edita mensagens antes de enviar. Ele apaga e reescreve, com medo de parecer intenso demais. É um amor que mede palavras, mas se sente intenso. Que diz “Bom dia” com figurinhas e “estou com saudade” por meio de uma música compartilhada do YouTube com legendas enigmáticas.
Nos encontramos por algoritmos e nos perdemos por falta de tempo ou excesso de distrações. O amor moderno mora em janelas divididas com mil abas abertas. Um olho na reunião, outro na mensagem que pode chegar. Ele é multitarefa, mas morre de saudade da exclusividade.
E ainda assim, o amor sobrevive… Sobrevive entre áudios de três minutos, emojis mal interpretados e declarações feitas em silêncio, pelo simples ato de lembrar o momento com o outro, naquela imagem salva que visualizou no celular.
Talvez o verdadeiro “Santuário do amor moderno” não esteja fora, mas dentro, num canto do peito onde a gente ainda acredita que pode ser amado sem filtros, sem edição, sem correção ortográfica. Onde alguém nos veja além do post bonito e queira saber da gente até no modo avião.
Sim, o amor moderno é caótico. Mas também é resistente. Ele se esconde em detalhes sutis, pulsa entre distrações e resiste às conexões frágeis. Porque mesmo em um mundo visual, veloz e volátil, há quem ainda queira um amor que seja lar… e não só vitrine.
E é nesse desejo de pertencimento que o santuário se revela… não em um templo, mas em um encontro entre dois olhares que, mesmo cansados de telas, ainda procuram o essencial… o toque, a escuta, o afeto sem prazo de validade.
Esse é o amor moderno. Meio offline, meio digital. Mas inteiro quando encontra espaço para ser real.
Mesmo sabendo que o mundo anda com pouca bateria emocional.
Por Alfredo Guilherme
12 comentários:
QUE LEGAL... Gostei ... Nostalgia da exclusividade, a ansiedade da comunicação digital e a resistência do amor diante das distrações modernas faz com que seu texto seja profundamente identificável.
No fundo, o amor que realmente importa é aquele que encontra espaço para ser real, mesmo em meio a um mundo que opera com pouca "bateria emocional." kkkk
Lindo e profundo. O que te inspirou a compartilhá-lo?
Infelizmente os sentimentos estão offline.
Este texto é uma reflexão poderosa e sensível sobre o amor na era digital. Coisa de maluco né vivermos isso hoje en dia
O amor um sentimento intenso, mas por vezes fragmentado pelas notificações e pelas dinâmicas virtuais. prefiro sair rapidamente desse envolvimento virtual e voltar a noda antiga kkkkk
Seu texto há uma crítica sutil ao ritmo acelerado das interações virtuais, mas também um reconhecimento da adaptabilidade do amor...Caro amigo parabéns
Pra mim o amor sobrevive, mesmo nos detalhes invisíveis do cotidiano digital. E só ter atitude e querer viver um grande amor. Ótimo texto !!!!
Kkkk Ainda bem a essência humana que resiste às superficialidades da era virtual senão estaríamos ferrados importando “robôs sexuais da China kkkk
👏👏👏👏👏👏👏👏parabéns pelo texto
Realmente é o que está acontecendo que saudade dos anos românticos que já tivemos
💝🥲💝
Postar um comentário