sábado, 9 de agosto de 2025

Crônica: O Atalho dos Apaixonados Apressados…

 


     Tem gente que, ao encontrar alguém, já quer ir direto pro “felizes para sempre”.
     Mal trocou três mensagens, e já tá sonhando com café da manhã de domingo e escova de dente no mesmo copo.
     Quer o beijo, o drama, o sexo e a superação… tudo num só fim de semana.
     Amor, às vezes, vira pressa. E a pressa tem o pé ansioso e o coração tropeçando em momentos difíceis.

     A gente esquece que antes de correr, precisa aprender a andar de mãos dadas juntos.
     A conversar sobre bobeiras, a rir de graça, a se irritar com a diferença e, mesmo assim, continuar nessa pegada.
     Porque amor não é só chegada. É percurso.
     É o caminho até sei lá, é que faz o final valer a pena.

     Mas somos filhos da urgência.
     Queremos pular o capítulo da dúvida, da insegurança, da rotina.
     Queremos o “grande amor” sem passar pelos “pequenos incômodos” e isso, meu caro, não existe.

     Tem beijo que só faz sentido depois do toque das mãos e de algumas conversas afetivas, mais intimas.
     Tem abraço que só encaixa depois de uns silêncios compartilhados.
     Tem amor que só floresce depois da paciência mútua de não desistir na primeira escorregada.

     Amar com intensidade, sim. Mas com profundidade também.

     Porque correr demais pode nos fazer perder os detalhes.
     E o amor mora nos detalhes, na forma e no jeito que sorri quando não tá vendo, 
a dor do outro e no silêncio respeita sem precisar entender tudo.

     Às vezes, a gente acelera porque tem medo.
     Medo de perder, medo de não ser suficiente, medo de amar sozinho.
     Mas o amor de verdade… não se assusta com o passo lento.
     Ele caminha junto. Ele aprende a andar com os sentimentos da gente.

     E talvez, o segredo não seja correr. Seja caminhar ao lado.
     E quando for o momento certo…
     Correrem juntos na mesma estrada.


     Por Alfredo Guilherme


Um comentário:

Anônimo disse...

👏👏👏👏👏👏👍adorei