Como
o poeta cantou
Ela
passa com graça fazendo pirraça.
Fingindo
de inocente.
Tirando
o sossego da gente.
Linda...
Esgalga dentro de um tubinho preto
assanhando
olhares e desejos.
Parece
até que foi inventada...
E não foi...
Saiu
de um ventre amado.
Louvada
em cada passo pela criação divina.
Até
parece ter sido ela que reinventou a beleza feminina, em todas as matrizes da cor da sua pele.
Ela
reúne inúmeros fragmentos entre crônicas, poemas e letras de canções.
Que
formam um anel a sua volta, admirável é apaixonante.
Mulher
parda na certidão de nascimento.
Filha
da mistura de raças Idealiza a conquista da identidade afro-cultural
brasileira.
E o
poeta aqui, assume com absoluta devoção, o contra ao “caricato racista”, que
ignora o respeito e não sabe dialogar com a expectativa de um povo, que carrega
ainda as marcas dos grilhões da escravidão.
Vem
mulata, pode vir fazendo graça, eu não me importo...
Eu
deixo você me fazer pirraça...
Um comentário:
Que lindo!!! E quero dizer o porque!
Que me desculpe as feministas,mas há muitos anos atrás na época da "paquera" eu gostava de ser chamada de "mulata"só não gostava de determinados adjetivos nojentos.
Bom, mas vamos ao que me lembrou o texto, que eu chamaria de poesia. Um pássaro, que convivi muito,chamado "maritaca" muito escandalosos e continuo o seu canto. Mais são lindos.
Na minha cidade esses pássaros são chamados de "mulatas" e realmente tirava o sossego das pessoas RS, voam e cantam em coletivo. Será que o compositor inspirou nas maritacas? Deve ter sido, pois era de Minas Gerais.Se foi fez muito bem, pois as maritacas não tem nada haver, com as denominações que deram para definir a palavra "mulata", são verdes mescladas de vermelho e amarelo, de repente fez de caso pensado, sendo o compositor que era e afrodescendente.
Bom continuo afrodescendente,não sou mais chamada de "mulata" e nem pode RS, mas sou chamada carinhosamente por um amigo de "linguaruda" como as maritacas, embora ele saiba que não sou,tenho motivos RS.
Parabéns pelo texto!
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