terça-feira, 13 de maio de 2025

Crônica : Santuário do Amor Moderno…

     

      Onde mora o amor moderno?

     Num mundo onde os corações batem no compasso das notificações e os sentimentos se condensam em emojis, surge a pergunta… onde seria o "Santuário do amor moderno"?

     Talvez esteja ali, na aba de mensagens arquivadas, onde repousam conversas com quem já nos fez sorrir por horas seguidas e sumiu. Ou quem sabe num feed silencioso, onde seguimos a rotina de quem amamos de longe, aplaudindo vitórias com “likes” e vivendo saudades através de stories.

     O amor moderno não escreve cartas, mas edita mensagens antes de enviar. Ele apaga e reescreve, com medo de parecer intenso demais. É um amor que mede palavras, mas se sente intenso. Que diz “Bom dia” com figurinhas e “estou com saudade” por meio de uma música compartilhada do YouTube com legendas enigmáticas.  

     Nos encontramos por algoritmos e nos perdemos por falta de tempo ou excesso de distrações. O amor moderno mora em janelas divididas com mil abas abertas. Um olho na reunião, outro na mensagem que pode chegar. Ele é multitarefa, mas morre de saudade da exclusividade.

    E ainda assim, o amor sobrevive… Sobrevive entre áudios de três minutos, emojis mal interpretados e declarações feitas em silêncio, pelo simples ato de lembrar o momento com o outro, naquela imagem salva que visualizou no celular.

    Talvez o verdadeiro “Santuário do amor moderno” não esteja fora, mas dentro, num canto do peito onde a gente ainda acredita que pode ser amado sem filtros, sem edição, sem correção ortográfica. Onde alguém nos veja além do post bonito e queira saber da gente até no modo avião.

    Sim, o amor moderno é caótico. Mas também é resistente. Ele se esconde em detalhes sutis, pulsa entre distrações e resiste às conexões frágeis. Porque mesmo em um mundo visual, veloz e volátil, há quem ainda queira um amor que seja lar… e não só vitrine.

    E é nesse desejo de pertencimento que o santuário se revela… não em um templo, mas em um encontro entre dois olhares que, mesmo cansados de telas, ainda procuram o essencial… o toque, a escuta, o afeto sem prazo de validade.

    Esse é o amor moderno. Meio offline, meio digital. Mas inteiro quando encontra espaço para ser real.

    Mesmo sabendo que o mundo anda com pouca bateria emocional. 


     Por Alfredo Guilherme 


12 comentários:

Anônimo disse...

QUE LEGAL... Gostei ... Nostalgia da exclusividade, a ansiedade da comunicação digital e a resistência do amor diante das distrações modernas faz com que seu texto seja profundamente identificável.

Anônimo disse...

No fundo, o amor que realmente importa é aquele que encontra espaço para ser real, mesmo em meio a um mundo que opera com pouca "bateria emocional." kkkk

Anônimo disse...

Lindo e profundo. O que te inspirou a compartilhá-lo?

Anônimo disse...

Infelizmente os sentimentos estão offline.

Anônimo disse...

Este texto é uma reflexão poderosa e sensível sobre o amor na era digital. Coisa de maluco né vivermos isso hoje en dia

Anônimo disse...

O amor um sentimento intenso, mas por vezes fragmentado pelas notificações e pelas dinâmicas virtuais. prefiro sair rapidamente desse envolvimento virtual e voltar a noda antiga kkkkk

Anônimo disse...

Seu texto há uma crítica sutil ao ritmo acelerado das interações virtuais, mas também um reconhecimento da adaptabilidade do amor...Caro amigo parabéns

Anônimo disse...

Pra mim o amor sobrevive, mesmo nos detalhes invisíveis do cotidiano digital. E só ter atitude e querer viver um grande amor. Ótimo texto !!!!

Anônimo disse...

Kkkk Ainda bem a essência humana que resiste às superficialidades da era virtual senão estaríamos ferrados importando “robôs sexuais da China kkkk

Anônimo disse...

👏👏👏👏👏👏👏👏parabéns pelo texto

Anônimo disse...

Realmente é o que está acontecendo que saudade dos anos românticos que já tivemos

Anônimo disse...

💝🥲💝