Quantos dragões a gente tem que matar até encontrar o grande amor das nossas vidas?
Porque, sejamos sinceros, a promessa era clara, derrotar monstros, atravessar muralhas de fogo, vencer exércitos de inseguranças… e, no fim, viver o “felizes para sempre”. Mas a realidade mais próxima de “felizes” é até a fatura do cartão vencer.
Nos contos de fada, o herói mata o dragão e conquista a princesa… Na vida real, você mata o dragão da carência, da solidão, do ciúme passivo-agressivo, e, quando pensa que vai ganhar a bela… Puta merda!!… Aparece a fera. E não estou falando de criatura mística, estou falando daquela pessoa que se revela depois do terceiro mês de namoro, quando o filtro cai e você descobre que a fera ronca, peida, tem lábios carnudos, mas é artificial, tem crise de ciúmes com stories e acha normal ela ter a senha do seu celular… e usar sua escova de dentes.
A verdade é que a gente cresce acreditando que o amor é um presente de Deus. Como se fosse um troféu entregue a quem mata todos os dragões no caminho.
Só que ninguém contou que alguns dragões voltam… ressuscitam, mudam de forma. Aí vamos ter… O dragão da insegurança, por exemplo, tem mais vidas que gato. E o dragão da expectativa é praticamente imortal.
E, no meio da batalha, você percebe, talvez que o grande amor não esteja no final da luta, mas dentro dela… Talvez amar seja essa porra toda, emprestar a sua espada pra luta, rir das próprias cicatrizes de batalha, aceitar que a “bela” também tem seus dias de “fera” e que você… cavaleiro, também não é lá tão heróico assim, tem seus vacilos, principalmente quando deixa a desejar na investidas sexuais noturnas falhando e colocando a culpa no estresse de tanto trabalho, ou por ter levado um esporro depois de deixar a toalha molhada em cima da cama, o que também é uma boa desculpa pra não ter que dormir de conchinha, na verdade, convenhamos ninguém merece dormir com alguém fungando do no cangote a noite toda né, e é inevitável à inibição… vai que você deixa escapar aquele “punzinho amigo” na madrugada bem na direção de quem te amou e te deu prazer .
No fim, a pergunta não é “quantos dragões até encontrar o amor?”, mas “Com quem vale a pena enfrentar os dragões imortais pela vida à fora”.
Porque o amor, esse bicho tinhoso, não é o prêmio depois da batalha. Ele é a coragem de continuar lutando, mesmo quando a bela se revela fera… e a fera, às vezes, se revela bela.
À pergunta é… Qual tipo de dragão, São Jorge teria matado ?




