quarta-feira, 2 de julho de 2025

Mesmo que o mês de Maio não volte mais…

 



      Mesmo que Maio não volte mais, e as flores se cansem de florescer no chão, carrego teu nome no vento feito promessa na contramão.

     Teu silêncio me fala tão alto, tua ausência grita em mim. Teu adeus foi um laço apertado que o tempo não desfaz assim.

     Mesmo que Maio me leve de ti, vou lembrar do teu rosto na chuva. O amor, quando é fundo, resiste, mesmo em ruína, mesmo em dúvida. E se a saudade me despedaçar, te amar ainda vai me bastar.

     Te procurei entre ruas vazias, em sonhos partidos no chão. Tua sombra me guia em silêncio, é farol na escuridão.

     Teu perfume ainda mora em Maio, mesmo quando já é Junho em mim. E cada pétala que cai no asfalto me pergunta por ti no fim.

     Não preciso de promessas, só do que a lembrança traz. Um amor que mesmo ausente nunca se desfaz...

     Mesmo que o tempo não cure o que há, vou te guardar na canção que o vento traça. 

     E enquanto houver Maio em mim, e uma primavera que insiste em florescer mesmo depois da estação ter partido. Vou te amar. 


      Alfredo Guilherme




11 comentários:

Anônimo disse...

Caro amigo Alfredo, seu poema é como um calendário sentimental bordado em lágrimas e vento. Cada verso carrega uma primavera que insiste em florescer mesmo depois da estação ter partido. lindo de mais seu texto

Anônimo disse...

A repetição de “Mesmo que Maio me leve de ti” cria uma musicalidade nostálgica, como uma melodia que se recusa a terminar. EXELENTE TEXTO,

Anônimo disse...

Quem já amou com essa intensidade vai se reconhecer nesse amor que resiste como perfume que o vento carrega. Adorei seu texto

Anônimo disse...

Meu caro blogueiro. Só quem viveu um grande amor pode falar dele assim com tanta sensibilidade e delicadeza usando os meses como metáfora para o que não existe mais e para o que restou num coração e alma despedaçados pelas lembranças.

Anônimo disse...

Teu perfume ainda mora em Maio, mesmo quando já é Junho em mim.” uma metáfora poderosa que mostra como o coração não acompanha o calendário.

Anônimo disse...

Esse poema transita entre o luto e o lirismo, e mostra que há beleza mesmo na perda porque amar profundamente é também guardar para sempre, mesmo que o tempo se esgote.

Anônimo disse...

Seu Maio não é apenas uma época, mas um estado de alma. amei o texto Alfredo

Anônimo disse...

É lírico, melancólico, profundamente humano seu texto parabéns !!!!

Anônimo disse...

Te amar ainda vai me bastar.” é a rendição mais bela que o amor não correspondido pode oferecer.

Dalidaki disse...

Nasci em maio e esse mês me trás excelentes recordações. Muito lindo seu coração com tanto carinho e muito amor.
Você merece ser muito amado e admirado por tudo que escreve

Dalidaki disse...

Nasci em maio e esse mês me trás excelentes recordações. Muito lindo seu coração com tanto carinho e muito amor.
Você merece ser muito amado e admirado por tudo que escreve