Chega um tempo em que o coração não bate por impulso.
Ele já não se lança no primeiro olhar, nem se perde em promessas apressadas. Ele observa.
Escuta o silêncio antes do beijo. E só então... decide pular no peito.
O corpo muda. Claro que muda. O desejo também muda de endereço. Sai do centro do peito e vai morar nos detalhes, no jeito como alguém te cobre sem que você peça, ou como espera você se sentar antes de começar a falar.
A gente descobre, por fim, que o prazer não está mais nas noites sem hora, mas sim nas manhãs com propósito.
Na mão que não esfria porque alguém segurou sua mão.
No riso que vem sem força mas vem inteiro.
Preencher o coração depois dos 70 não é tarefa para apressados.
É arte para quem aprendeu a degustar o tempo, como quem saboreia um café forte, sem açúcar, mas com alma.
E o prazer?
Ah… O prazer permanece.
Menos barulhento, mais certeiro.
Prazer de ter vivido e, mesmo assim, ainda querer.
Querer um novo afeto, uma nova paz, um novo motivo pra levantar da poltrona e vestir a alma de domingo.
Porque longevidade não é extensão de vida. É profundidade de sentimento.
E amar com leveza, com humor, com inteligência emocional é a forma mais bonita de resistir ao tempo... com o coração batendo no compasso da felicidade.
Por Alfredo Guilherme
8 comentários:
Cara ... adorei
Esse texto é um verdadeiro tributo à maturidade emocional e à beleza do amor que resiste ao tempo. Ele nos convida a repensar o afeto não como urgência, mas como escolha uma escolha consciente, serena e cheia de significado. Caro amigo belo texto
Que lindas palavras que só poderiam vir de um poeta com muita sensibilidade.
."LONGEVIDADE NÃO É EXTENSÃO DE VIDA". Está frase foi definida com grande sabedoria. Você é ótimo.
Simplesmente maravilhoso seu texto
Tenho 78 anos minha esposa leu o seu texto ela adora um celular kkkk e acho o seu blog na internet me passou o celular para eu ler me deu um beijo carinhoso caro escritor parabéns pelas palavras vamos seguir vc
Realmente a longevidade, não é apenas cronológica, é afetiva. É a capacidade de amar com profundidade, com propósito, com gentileza.
Nessas alturas do campeonato o amor não precisa gritar, porque já aprendeu a falar com o olhar, com o toque, com a presença.
Nessa idade a transformação é rica, cheia de nuances, como o café forte que se toma devagar, saboreando cada gole. Belíssimo texto amigo Alfredo !!!!
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