Vestígios...
Ainda há você em tudo... Na dobra do travesseiro, no silêncio que pesa quando a noite cai.
A cama, moldada pela tua ausência, insiste em guardar teu formato, como se o tempo não tivesse coragem de apagar o que fomos.
Meus lábios, mesmo secos de saudade, ainda sabem teu gosto. É uma memória que não se dissolve, um eco íntimo entre o toque e o desejo.
O lençol carrega teu cheiro, não aquele que se compra em frascos, mas o que nasce da pele, da respiração entrecortada, do calor que se espalhava entre nós.
É tua assinatura invisível, gravada em cada canto onde o amor se fez corpo. Vestígios. Não são lembranças, são provas. De que o que houve, ainda há.
Cheiros do Amor...
O amor tem cheiro de saudade, que se esconde na roupa esquecida.
Tem a essência da presença, pele e respiração que não cabem em frascos.
Às vezes é doce como mel, às vezes incenso ardente de desejo.
Pode ser brisa de ternura, café fresco, flor no quintal, ou névoa de mistério no perfume de quem passa.
E mesmo quando o tempo insiste em apagar, ele deixa fragrância de eternidade, como se amar fosse respirar o infinito desse perfume.
Por Alfredo Guilherme
11 comentários:
A escolha da palavra vestígios é poderosa, ela sugere que o amor não apenas passou, mas deixou marcas físicas, emocionais e olfativas que resistem ao tempo e à ausência.
É viver algo que não se limita ao tempo cronológico, mas que se eterniza nos sentidos, na memória e no corpo. valeu caro amigo !!!!
Cheiros de amor quando se sente saudades são esquecidos.
Muito obrigada ??? 💝
Grande poemas, que constrói uma atmosfera de permanência. É como se o amor tivesse se tornado matéria, ocupando espaço mesmo depois da partida.
A segunda parte do texto mergulha no universo olfativo, talvez o mais íntimo dos sentidos. O cheiro que não se compra, mas se revela na pele e na respiração, é uma metáfora belíssima para o amor verdadeiro .
💘💘💘💘💘 obrigada??
Há uma delicadeza melancólica nesse texto, mas também existe uma força a de quem reconhece que o que foi vivido não se desfaz com o tempo. Bravoooo !!!!
Parabéns pelo texto poético... Grande amigo Alfredo ... Muito legal aquele perfume que não se fabrica, mas se sente. A variedade de aromas que você evoca (mel, incenso, café, flor, névoa) mostra como o amor pode ser múltiplo, doce, intenso, cotidiano, misterioso.
Realmente, Amar, nesse contexto, é respirar o infinito. É viver algo que não se limita ao tempo cronológico, mas que se eterniza nos sentidos, na memória e no corpo.
👏👏👏👏👏👏👏👏
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