Entre o céu e a terra...
Crônica vivida...
Sentado, com a
mochila nas costas, olhando a lagoa.
Na cidade do Rio de
Janeiro.
Lagoa... Rodrigo
de Freitas.
O tempo nublado como
cor de chumbo, a minutos ameaçou uma boa tempestade, mas abriu um rosado fim de tarde, eu ali parado, olhando a lagoa,
há um bom tempo.
A paisagem do Rio
de Janeiro é deslumbrante, lagoa e pedras, morros de pedras, árvores
centenárias.
Em muitos lugares
do Rio, deve-se parar e olhar sem ter pressa.
O que é impensável
numa cidade de tantos milhões de habitantes, no ritmo de uma grande cidade, com tantos
milhões vivendo de pura rotina, rotina no acordar, ir trabalhar, ir estudar, ir
fazer, jamais parar de pegar uma onda na praia.
No Rio, às vezes me assusto
com as inúmeras possibilidades para se olhar.
Pedras, praias, lagoas, árvores centenárias,
samba e bossa nova, o Rio pra mim é bossa nova, dispenso o funk, mas curto a antiga black
music.
Como paulistano,
semi-turista, parei e olhei a lagoa e a linda silhueta de uma mulher.
Olhei mais ela do
que a lagoa.
Me bateu uma curiosidade maior, em o que ela
está pensando?
Olhando a lagoa, e
pensando, ou só olhando perdida em pensamentos?
Nas suas costas, um engarrafamento irritante....
Um indo e vindos de
zonas opostas, zonas em guerra com Caverão passando a toda...
A noite e na zona sul,
mesmo assim, sem tempo a perder, perdendo tempo num engarrafamento, musicado
por buzinas, arrancando, xingamentos, como selvagens sem noção de cidadania.
Mas ela continuava
lá de costas, olhando a lagoa, ou pensando e olhando, ou só pensando de olhos
fechados no último beijo, na paisagem que se escondia no fim da tarde, no ritmo quem sabe da bossa nova.
Se fosse eu no
lugar dela, estaria lembrando, aposentandos pensamentos, apostando em um momento
de felicidade.
Mas ela era uma
mulher... Simplesmente pensando.
Eu costumo ter sempre
um livro escondido no compartimento secreto pronto para, num momento de espera,
ser sacado e lido, seja onde for...
Nunca, jamais,
esperar olhando. Olhar o quê? Olhar os outros.
Tenho, também, um par
de óculos escuros escondido no compartimento secreto pronto para, num momento
de espera, ser sacado e usado, seja onde for, caso o livro anterior não me entusiasme.
Olhar os outros, de
óculos escuros, é olhar sem que saibam que está se olhando.
Eu estava de óculos
escuros, olhando aquela mulher, que olhava a lagoa.
Apostando nos meus bons
pensamento, e vendo o tempo passar, e ela ali, não se movia, decidi me
aproximar.
Para quem sabe
falar de forma convincente o próximo passo era desvendar...
Sentiu minha presença e me olhou.
Sorriu com um... - Oi...!!!
- No que você
está pensando?", perguntei.
- Em nada...
- Ah, e você ?
- Só está olhando também a linda vista deste lugar, mas estava também te olhando.
- Ah, e você ?
- Só está olhando também a linda vista deste lugar, mas estava também te olhando.
- E mesmo...? - Eu estou só parada perdida em pensamentos...
- Posso saber o seu nome...? - Sim... Respondeu... - É...
Com o tempo passando rápido por nós, o nosso nome foi quase esquecido, substituído varias vezes por...
- Amor cheguei..
- Já estou descendo amor...
Ou...
- Amor, vem mais cedo estou com saudades...
- Vou sim amor, eu te amoooo...!!!!
Com o tempo passando rápido por nós, o nosso nome foi quase esquecido, substituído varias vezes por...
- Amor cheguei..
- Já estou descendo amor...
Ou...
- Amor, vem mais cedo estou com saudades...
- Vou sim amor, eu te amoooo...!!!!
Por: Alfredo Guilherme
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