Na praça ao lado da represa, no bairro, onde as árvores faziam sombra sobre os bancos gastos pelo tempo, dois casais da velha guarda, com muitas histórias para contar, conversavam com a intimidade de quem já compartilhavam histórias há anos, algumas até antes de tirarem os bondes de circulação e deixarem por anos os trilhos pelas avenidas à fora.
Entre risadas e xícaras de café trazidas em garrafinhas térmicas, o assunto daquela tarde tomou um rumo inesperado, tudo porque a curiosidade feminina tem horas que fica aguçada, principalmente a da esposa do João, uma senhora muito extrovertida e sarrista, jogou no ar a pergunta que não quer calar ? Quem ali dos homens, usava o único comprimido no mundo, que é guardado, escondido a sete chaves pelos usuários, o pequeno comprimido azulzinho, (Viagra).
- Ah, Luiz, confessa! Você já experimentou, não é?… Provocou dona Célia, lançando um olhar divertido para o marido da sua amiga Rita.
- Bem, Célia, dizem que a vida começa aos 60... E um empurrãozinho, nunca é demais!.. Respondeu, arrancando risadas de todos.
Dona Rita, esposa do Luiz mais reservada, concordou, apertando a mão dele com carinho.
- É verdade, minha velha amiga Célia, o remédio ajuda, mas o que faz mesmo a diferença é o que temos aqui, disse ele, apontando para o peito.
Os quatro riram juntos, lembrando que o segredo de uma vida a dois, mesmo depois de décadas, estava na conexão do amor, para manter viva a chama do desejo sexual.
João, com sua calma habitual, olhou para sua esposa Célia, que ajeitava os óculos e perguntou...
- Você sabia, mulheres também ficam broxas nas mudanças hormonais, aí e quando ficam querendo preliminares mais prolongadas, já é um sinal preocupante, e um comprimido azulzinho não deixa a peteca cair.
Clélia arregalou os olhos e disse...
- João, meu amado esposo, acho que essa foi uma indireta para mim, ou não foi?… Aí foi a vez do Luiz iniciar uma gostosa gargalhada antes dos outros…
Enquanto o sol começava a se pôr, pintando o céu com tons de laranja e rosa, os casais permaneceram ali, embalados por outras confortáveis conversas. Não era mais sobre o Viagra ou sobre piadas nada discretas que eles costumavam contar para animar as tardes, era sobre o que o tempo havia ensinado a eles, que amor e o desejo, mesmo com o passar dos anos, encontram formas novas e inesperadas de solidificar a união.
Luiz, desta vez foi quem apertou a mão da Rita, como se quisesse reafirmar um pacto invisível. Célia, com seu tique nervoso piscou os olhos várias vezes e ajeitou os óculos, lançando um olhar cheio de ternura para o João.
A praça, com sua tranquilidade, parecia testemunhar um tipo de amor que não se apaga, apenas amadurece.
Quando finalmente se levantaram para ir embora, o céu já estava tingido de azul-escuro, e as estrelas começavam a brilhar. João, com um sorriso, virou para o Luiz dizendo…
- Amigo, o Viagra é só um detalhe, eu vi uma reportagem outro dia dizendo que os jovens usam mais que os idosos o Viagra, para impressionar as novas conquistas amorosas. E por outro lado, o que nos mantém vivos é o amor e o companheirismo de décadas, e esses momentos de descontração aqui, disse, gesticulando para o grupo reunido.
E assim, rindo e trocando provocações carinhosas, eles desapareceram pelas ruas do bairro, deixando no ar a lição de que, mesmo na velhice, o amor pode ser uma força tão vibrante quanto o nascer do sol.
Por Alfredo Guilherme
10 comentários:
Simplesmente hilário e real kkkkkkkk
👏👏👏👏👏 adorei
Muito bom mesmo esse conto 👏👏👏👏
👏👏👏👏👏
O amor depois de décadas vale tudo, a união dos casais nesta fase da vida é maravilhoso de se ver ….
A pressão de performance” na velhice. é foda…a ideia de usar Viagra e ao mesmo tempo é uma questão de orgulho. Esse tema é muito bom mesmo parabéns!!!!👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽
Ainda bem que existe o azuzinho!!!
O azulzinho pode até dar mais segurança mais o que prevalece mesmo é o Amor , só ele faz o momento Maravilhoso, Parabéns mais uma vez um conto muito doce e coisas da vida
Barbaridade... os idosos estão com a corda toda kkkk
Meu sonho é viver até essa idade e viver tudo isso com a minha esposa parabéns pelo texto
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