terça-feira, 22 de setembro de 2015

Sugestão enviada por e-mail... Relendo novamente... Amigos do blog...


Vou te fazer um pedido que pode também ficar como sugestão ao meu blogueiro favorito gostaria de reler a postagem do Trem de prata, descobri que meus pais também fizeram esta viagem, gostaria que a minha mãe pudesse ler,  sei que vai trazer grandes recordações para ela obrigado de coração... Helena E. Soares  S.P... Você pediu ai esta..Um forte abraço obrigado por curtir o blog...

RELENDO NOVAMENTE...

“Silver Trair: O Saudoso Trem de Prata... "

        Nos anos 90... Quando o assunto era viajar para o Rio, e queríamos viajar sem pressa, mas com muito glamour, e romantismo, está era a opção da viagem tão sonhada, para muitas pessoas...
      Eu querendo fazer uma surpresa à minha namorada na época, só consegui fazer a compra das passagens com trinta dias de antecedência a procura era muito grande.
      Encarei a fila indo de madrugada à Estação da Luz em São Paulo, naquele tempo era São Paulo da garoa...
      Na época uma passagem de aérea para o Rio de Janeiro, custava praticamente o mesmo preço... Isto tornava está viagem praticamente para comemorar ocasiões muito especiais.
      Seu serviço era muito mais sofisticado, com um bom serviço de bordo, carros Pullman com poltronas individuais e cabines-dormitório equipadas como de um hotel de luxo.
      A experiência durou muito pouco apesar da qualidade do serviço. Duas razões acabaram com a confortável, romântica e divertida ligação entre as duas maiores cidades do Brasil....

        A queda nos preços da passagem aérea, ai não dava para concorrer, e as péssimas condições dos trilhos que causavam constantes atrasos, e até cancelamento de viagens.
   Motivos, pelo qual, não temos mais este sonho prateado sobre trilhos... O último Trem de Prata saiu de São Paulo na noite de 29 de novembro de 1998 e chegou ao Rio na manhã do dia 30.

  No dia marcado lá estávamos eu e ela, ansiosos, e prontos para a viagem...

  No "Expresso do Oriente", brasileiro... Talvez a viagem não tivesse o mesmo charme à mesma mística do Exótico passeio Oriental, que já rendeu muitos filmes...

   Mas, está viagem não deixava também de ter o seu charme, de ser extremamente excitante e muito luxuosa...
   Assim que chegamos à Estação da Luz, fomos conduzidos a uma espécie de Plataforma Vip.
   Carregadores vestidos iguais aos mostrados no filme Titanic, apanhavam os passageiros carregando as malas, e outros etiquetavam, feito isto nos encaminharam a uma ala para aguardarmos o embarque, onde havia confortáveis poltronas em couro, em um ambiente iluminado por magníficos lustres, e candelabros de origem francesa.
    Quando o trem chegou à plataforma, o embarque foi em clima de muita tranquilidade, contrastando com o frenético movimento dos usuários da estação embarcando com destino aos subúrbios da grande São Paulo.
    O Trem de Prata causava curiosidade e admiração, para quem estava nas outras plataformas da estação.
Todo revestido de carpete vermelho nos dava um visual aconchegante na entrada... Fomos conduzidos por um funcionário à nossa cabine, ele mais parecia, para quem ainda se lembra, com um antigo lanterninha, de cinema.   
  D e cara, a cabine mais parecia com uma sala, com duas poltronas, um armário e um banheiro apertado... Muito semelhante à cabine de um navio de Cruzeiro, apertada, mas funcional.
   Marlene... Falando bem baixinho no meu ouvido, com ar de total deboche.
 - Amor vai ser bem diferente a nossa noite, vamos fazer amor no sofá ??...
   Quando eu ia explicar, o funcionário que nos acompanhou mostrou que as camas estavam embutidas na parede, e que britanicamente o jantar seria servido às 23:00 horas.
  Passado alguns minutos, um longo e estridente apito foi ouvido e a composição começou lentamente a rodar, e as emoções começaram acontecer.
  Ficamos em nossa cabine confortavelmente instalados, em um clima de total romance.
  Vendo aos poucos a estação ficar para traz, em pouco tempo, já tínhamos passado por vários bairros, e quase sem notar, já estávamos deixando a cidade de São Paulo.
  A está altura, já estávamos trajando, roupas sociais, no “Look” que exigia a ocasião...
  Eu com um blazer branco, e como regra com o botão do meio abotoado...

  Ela estava, elegantemente vestida para matar, todos os meus desejos nesta noite...
  Com um vestido tubinho preto, tomara que caia que valorizava consideravelmente os seus seios, com uma só alcinha no ombro, deixava o seu corpo escultural.
 Sapato Luiz XV, preto... Que alongava a sua perna... Contribuindo para a valorização desta parte, erotizando ainda mais o seu corpo, acompanhada do seu sorriso extremamente sensual.
 Nos dirigimos para o vagão-restaurante, luxuosamente decorado.
 Com várias mesas, lado a lado, com um discreto lustre em cada uma delas, que a meia luz dava um toque extremamente romântico ao ambiente.
 Fomos recebidos pelo Matrie, que nos conduziu à nossa mesa... Jantamos, ouvindo ao som do piano, vários clássicos da música romântica, "Unchained Mellody", que anos depois foi tema do filme, "Ghost" foi um deles.
 Os olhos dela. irradiavam felicidade, e com certeza os meus também...  
Enquanto isso acontecia, pela janela, as estações dos subúrbios surgiam e desapareciam, uma após a outra.
 Escolhemos, entre os vários pratos da culinária francesa, o Gratin, com molho branco, queijos dourados, presunto e mandioquinha.
 Prazeroso foi saborear a sofisticada sobremesa, um clássico da culinária francesa.
 Creme Brulée, tem uma textura leve, servida bem gelada e com aquela casquinha crocante de açúcar, feita com o maçarico, acompanhado pelo, Bon Appétit...!!! do Matrie.
 Após o delicioso jantar, retornamos  a nossa cabine... E, qual foi a nossa surpresa, a cama estava toda arrumada.
 Nem preciso dizer o que aconteceu. . .
 Se fazer sexo depois do jantar, daria congestão, estaríamos tortinhos e devidamente mortos.
 Todo este momento, mereceu bem depois, um drinque casual no vagão-bar... Mas isto aconteceu, muito tempo, mas muito tempo depois mesmo...          Deste vagão, era de onde saiam os casais para uma bela noite romântica...
 Nós tínhamos acabado de fazer o inverso, mesmo porque teríamos ainda muitas horas de viagem pela frente.
 Não estávamos acostumados a beber, mas o clima deu uma forcinha...
 Pra reforçar, lembrei da frase do ator do premiado filme, Casablanca, Humphrey Borgart...
 Para ele... O Mundo estava sempre três doses atrasado....
 Marlene bebeu duas deliciosas Margarita.
 Que mistura Tequila, Contreau, suco de limão, cubos de gelo, e não podendo faltar o sal na borda do copo.
 Não demorou muito ela já estava facinha, facinha, com um lindo sorriso de desejo no rosto.
 Falando deliciosas sacanagenzinhas, do que queria fazer ao voltarmos para a cabine.
 Eu depois de três Jack Daniel's... Já estava bem alegrinho também...
 Achando até... Que o melhor amigo do homem... O Uísque....
 Era um ... Cachorro Engarrafado...
 Depois de docemente alcoolizados... Acabamos concordando... Que deveríamos na verdade, ter enchido a cara de Guaraná Champagne !!!!...
Assim a conta não seria tão alta....
Concordamos, rindo muito.
Voltamos para a cabine aos beijos e abraços.
 Pelo estreito corredor do trem, que pelo nosso estado etílico, ficou ainda mais estreito, com a agravante de ainda balançar.
Com o gostoso balanço do trem... Passamos a maior parte da noite, em uma inesquecível... Proclamação... A liberdade de se amar...
Exaustos... Dormimos, agarrados, nem sei dizer a hora...Enquanto o nosso Trem de Prata, deslizava pelos trilhos como uma Lagarta Fosforescente, se perdendo noite a fora...
Acordamos bem cedo... Ainda enebriados pela noite de total prazer, nos dirigimos direto ao vagão-restaurante para apreciar o delicioso Café da Manhã.
Notamos que já estávamos circulando os subúrbios carioca, voltamos à cabine para acompanhar a chegada à cidade maravilhosa...
Com uma certa frustração,  por estar terminando a viagem.
Aos poucos, locais conhecidos em cartões postais surgiam pelas janelas.
 Avistamos ao longe o Corcovado, e o imponente Cristo Redentor, surge o Maracanã, e a favela da Mangueira.
 Ainda bem que hoje, favela, tem um nome mais social, Comunidade, este nome favela só ficava bem em letras de sambas.
 Pouco tempo depois, estávamos desembarcando na Central do Brasil... Para um fim de semana, de "Inebriante Felicidade". . .
 Com certeza foi um dos melhores momentos da minha vida.
 Éramos jovens na época, o inesperado, nos separou...
 Sobrinha de um coronel, o pai alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores, foi designado para trabalhar com o Vice-Cônsul em Paris, coisa da confusa política brasileira...
 Os anos se passaram, mas ainda ficou viva na minha lembrança, está viagem inesquecível...
 

Por Alfredo Guilherme

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