Hoje em dia, o amor anda na ponta dos dedos, deslizando por telas brilhantes de celulares. Um toque para a direita, outro para a esquerda, e lá estamos nós, na prateleira virtual de um grande supermercado de corações à fins. Fotos bem tiradas, descrições de "amante da natureza" frenéticos frequentadores de “academias” ou "viajante do mundo", todos tentando vender uma imagem irresistível, esperando que alguém os escolha como quem escolhe a melhor fruta no mercado. Muitos casais deram certo mais isso não tira esses detalhes a seguir…
É uma estranha atividade essa de se colocar praticamente à venda. Como se o amor pudesse ser definido em alguns caracteres, embalado num perfil. Cada pessoa, um produto, esperando que alguém venha e diga… "Gostei do conteúdo do perfil e fotos, vou mandar um Olá quero você na minha vida". Mas o que acontece com aqueles que ficam lá, esquecidos? Aqueles que não são deslizados para a direita, que não são “favoritados”? Por não pagar a taxa de previlégio. Acabam se sentindo como mercadorias de liquidação, com a autoestima remarcada a preços de ocasião.
E o mais curioso é a frase que muitos colocam no perfil: "Estou aqui para conhecer pessoas, e, se não der, pelo menos faço amigos." Quantas vezes já vimos isso? É uma espécie de justificativa sutil, uma saída de emergência emocional. Mas, cá entre nós, quem é que diz isso e realmente acredita? Se uma pessoa busca amigos num site de relacionamentos, algo parece não se encaixar. Talvez ela esteja revelando mais sobre si mesma do que gostaria. Porque, no fundo, quem tem facilidade em fazer amigos na vida real não precisa recorrer a perfis online para isso. E então a pergunta surge, o que falta para que alguém precise declarar, quase como um pedido de socorro, que está ali em busca de amizade, como se o amor fosse um prêmio difícil demais de alcançar?
Talvez essa pessoa, na sua vida pública, não consiga manter verdadeiras conexões. A vida corrida, os relacionamentos superficiais, tudo isso acaba fazendo com que ela deseje ser "vista", seja na amizade ou no amor. Mas amizade verdadeira, assim como o amor, não se encontra em vitrines, não é algo que se barganha ou que se coleciona.
Eu sempre achei que o amor e a amizade eram mais do que isso. Não somos itens em promoção, prontos para ser escolhidos como quem pega o pão fresco no inicio do dia. Não merecemos estar expostos, esperando a vez, como se fosse uma competição de quem brilha mais em meio a tantos. Porque o amor verdadeiro nunca foi sobre ser escolhido, foi sobre encontrar. E amigos, da mesma forma, não são prêmios de consolação.
Encontrar alguém que não nos veja como uma foto bonita, uma frase bem pensada ou uma embalagem atraente. Mas que enxergue o que vai além da prateleira. O tipo de conexão que não pode ser decidido com um clique, mas que nasce no olhar, na conversa, naquilo que as descrições nunca conseguem traduzir.
Talvez seja isso que esteja faltando. Parar de tentar nos encaixar em moldes, em vitrines, em expectativas alheias. E simplesmente sermos nós mesmos, sem esperar que alguém nos "compre" ou nos aceite por conveniência. Porque, no final, o amor e a amizade não são sobre ser escolhidos, mas sobre escolhermos estar juntos, intensos, inteiros, imperfeitos e reais. Afinal, no mercado do coração a fins, quem dita o valor somos nós, e ele não está à venda.
Por Alfredo Guilherme
11 comentários:
Pura verdade parabéns !!!!!
Gosto porque vc vai fundo nos detalhes valeu
Infelizmente 😞
👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Talvez por que vc seja incapaz de ser vc mesmo? Ileusa
Vdd ainda mais quando a pessoa só quer diversão!!
Infelizmente isso está bem próximo da gente
Tem gente que acha app de relacionamentos um parque de diversão internet é terra de ninguém parabéns pelo texto
kkkk Alguém ai já conheceu em um site desses um motorista, um marceneiro, um jardineiro, não né kkkk só tem bons partidos tanto masculino como feminino é tipo nem engana que eu gosto kkkkkk
🙏🏽🥂🙏🏽
KKKK SEU TEXTO ACORDOU MUITA GENTE KKKKK
Postar um comentário