quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Faz tempo que não rola mais!


                                     Radionovela...



.... Senhoras e senhoritas... A Radio Nacional tem o prazer de levar até vocês mais um capitulo da emocionante novela... Em busca da Felicidade... 


A representação teatral foi intensamente transmitida nos anos de ouro do rádio, 1940/1950.

Mas eu me lembro da minha mãe com o ouvido colado no radio totalmente intertida neste momento que marcou a época de ouro do radio, morávamos numa travessa da Praça Marechal de Deodoro, na Rua Rosa e Silva e a Radio São Paulo ficava na Av Angélica perto da nossa casa.

Muitas vezes meus pais iam pessoalmente assistir ao vivo cheguei a ir umas vezes com eles, mas pouco eu me lembro, só sei que tinha que ficar quietinho pra não tomar uns belos beliscões da mamãe.  

Algumas das principais emissoras do país, mantinham grandes elencos de radioatores e levavam diariamente ao ar muitas novelas.

Na programação dessas rádios, a dramaturgia ocupava maior espaço, seguindo-se os programas de auditório, os jornais falados e as transmissões esportivas. Com exceção da Rádio São Paulo, que especializou sua programação exclusivamente com novelas.

A Rádio Nacional, além de liderar a audiência na cidade do Rio de Janeiro, também conquistou a preferência dos ouvintes em muitas outras capitais e cidades brasileiras, devido aos seus potentes transmissores de ondas médias e ondas curtas e graças à excelente propagação das ondas hertzianas naqueles anos. 

A radionovela nasceu no Brasil no ano de 1941. O radioteatro surgiu antes, em 1935, na Rádio Clube Paranaense e, em 1937, na Rádio Clube de Pernambuco. A primeira, com um grupo amador dirigido por Corrêa Júnior, apresentou em um programa A Ceia dos Cardeais, original português de Julio Diniz.

         A segunda, apresentou Sinhazinha Moça, adaptação de Luiz Maranhão do romance Senhora de Engenho, do historiador pernambucano Mário Sette. Essa peça teve duração de uma semana, com capítulos diários.

Esta novela teve longa duração, com duzentos e oitenta e quatro capítulos, três anos no ar. Principais intérpretes: Rodolfo Mayer, Lourdes Mayer, Zezé Fonseca, Floriano Faissal, Yara Sales, Saint Clair Lopes e Brandão Filho.

Quatro anos mais tarde, em 1945, a Rádio Nacional chegou a transmitir 13 novelas diariamente. O rádio, que até então tinha uma audiência maior no público masculino, em pouco tempo, com as novelas, passou a ter mais ouvintes do sexo feminino.

A segunda novela a ser apresentada no Brasil foi a argentina A Predestinada, pela Rádio São Paulo, isso ainda em 1941. Esta rádio chegou a ter nove novelas no ar diariamente.

Na Nacional, a novela de maior sucesso em todos os tempos foi O Direito de Nascer, de outro escritor cubano, Felix Caignet, apresentada no início da década de 1950. Foram muitos capítulos carregados de emoção em torno do romance proibido de Isabel Cristina e Albertinho Limonta que rolava sob os olhares bondosos de Mamãe Dolores.

Nos anos 1960, com o sucesso da televisão instalada Brasil afora, secou a fonte de audiência das radionovelas e de programas de auditório. 

O fim do radioteatro deveu-se também ao fato de que a TV, ao lançar novelas, contratou os nomes famosos da dramaturgia que atuavam no rádio e com isso as radionovelas de repente ficaram sem suas grandes estrelas, manobra que acelerou o desaparecimento das histórias em capítulos no rádio...

Bons tempos quem tem saudades garanto que ninguém vai pagar de Melhor Idade, e dizer que viveu esta época de ouro do radio brasileiro... Me poupe em você deve estar dizendo...

           Mas diz ai... Se você não usou ou tomou um destes produtos...


Por Alfredo Guilherme


3 comentários:

Unknown disse...

Muito bom!
Mergulhei no seu passado imaginando suas orelhinhas ardendo...

Alguil disse...

Enviado por mensagem por LRJ

Amei seu texto sobre A era da radionovela, da Radio Nacional... Foi uma viagem maravilhosa ! Além de nostálgico e belo muito rico em informações sobre a época...Amei....

S.F.R. disse...

Lindo.... Voltei no tempo da Mamãe Dolores, do Albertinho e Isabel Cristina.....
Ah... Tomei muito Óleo de Fígado de Bacalhau, usei Leite de Rosas e bebi muito Crush.... e também Grapete...
Parabéns pelos temas diversificados do seu Blog.