quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Crônica vivida...



Indispensável...? Não, não é essa palavra.

Há outra.

Quem sabe no "Além da Imaginação", como naquela antiga série fantástica da televisão do Rod Serling, quem sabe lá eu vou encontrar a palavra.
 
Quando eu saio deste território único coberto de belezas, ainda continuo por horas com aqueles sons que vieram do interior do meu ser.

Tenho visto tanta coisa na minha vida, vivi o inimaginável, achei até que não teria mais nada que pudesse superar as imagens que estavam na minha cabeça, ainda senti a altitude.

Quando no alto do morro da Urca embarquei para a próxima subida, num espaço circular envidraçado onde o silencio absoluto era pela admiração à paisagem pulsante.

Olhar para a tela do celular e não deixar que o clique no teclado para a foto ultrajasse a atmosfera do silêncio, imposta na atitude de liberdade.

Então invisíveis sons, vieram até mim.

Pareciam sons de um mar murmurante...

Ouvi imaginei na paisagem... Vozes abafadas, vibrações, rumores, estrondo, ressonâncias, ventos.

Poderia ser uma cancão, não sei talvez...

Paulinho da Viola ? Cantando, Foi um Rio que passou na minha vida... E o meu coração se deixou levar.

 Difícil distinguir.

"Mistérios do centro da terra", de Júlio Verme... Talvez, eu só queria naquele momento encontrar o tão sonhado buraco,  por onde Alice mergulhou atrás do coelho, para viver um sonho.

Já tinha vivido vários dias...

Tantos, que eu nem sei...

De qualquer dia destes já passados,  ainda trago como lembrança, sons dos instrumentos do grupo que tocavam chorinho na Praça em Laranjeiras.

Se a arte é aquilo que fica impregnado em nós, e os acordes vindos da alma ?, isso para mim é arte.

Que mexe, evoca, provoca.

Ah... Memorável... Será essa palavra ?

Ainda não, mesmo que seja.

Com pessoas de bom convívio e boas cabeças, é uma mulher exuberante imprescindível.

Indelével... ?

Encontrei a palavra... Ainda não, vou continuar procurando quem sabe...

No parque, ou museu, ou em um recanto na beira mar, se torna um recanto dentro de um universo paralelo dentro da cidade...

Que se diz maravilhosa de muitos pecados.

Ao ar livre.

Escadas na Lapa sobe e desce e nós deparamos com muros coloridos ao ar livre, e a invenção da cor em azulejos colecionados por Selerón que partiu no meio da sua apresentação.

Há coisas o tempo todo nesta cidade.

Ou você  penetra no espaço ou se abriga no mar azul, obra do criador.

 Mais dias será pouco.

Indescritível será a palavra ?

Daí na exiguidade desta crônica, tenho a impossibilidade de refletir todo o encantamento.

Degustar, voltar, se deixar possuir.

É isso, eu tenho que me deixar possuir novamente.... 

            O que vai me provocar a vontade de voltar.

É se entregar,  a esta obra utópica, imersa em sonhos.

Com a vida, no lúdico, na polemica, na beleza, e no questionamento.

Ou na interrogação no amor ou na paixão.


A palavra pode ser... Interrogação...!!!


Por Alfredo Guilherme


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