segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Como isso aconteceu......


        
         Esse bate papo, aconteceu no mais tradicional ponto gastronômico de São Paulo no Mercadão Municipal, no Quiosque da Tia Laurinha...

         Que leva uma fama merecidíssma por servir o melhor é o mais delicioso sanduíche de Mortadela da Cidade, e porque não dizer do Planeta.

         Mesmo ele sendo considerado o primo pobre do famoso sanduíche de Bauru, criado no Bar Ponto Chic no Largo do Paissandú, fundado em 1922.

          Foi logo adotado na Semana de Arte Moderna por intelectuais artistas modernistas, celebridades como Mario de Andrade, Anita Malfatti, Di Cavalcante, Monteiro Lobato e tantos outros, o sanduíche de Bauru foi criado em 1935.

           No mesmo prédio nos andares superiores ficaram famosos também por abrigar um lugar refinadíssimo o Famoso Bordel da Madame Fifi, frequentado por políticos e alunos da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e pelos o ricaços da época.
          
         A minha resposta ao pedido de encontro com a minha velha amiga Márcia tem para mim claramente um "Sim" como resposta já acondicionado em mim, afinal de contas são mais de trinta anos de uma sólida amizade...

         Assim que chegou... 

         Cumprimentou sentou e desabou a falar... E dá-lhe desabafos, adivinha de quem ?...

          Adivinhou !!!, do ex...!!!

         - Tudo começou despretensiosamente...

         - O objetivo era se divertir, não imaginávamos, nada além do que uma semi-embriagues, em meio a um bom papo, e se rolasse uma química ela nos levaria para alguns instantes de prazer, e foi o que aconteceu...

        -  Com esse homem, que eu carinhosamente chamava de meu negro ele era e ainda é um gato amado por mim, e desejado por outras tantas, como eu poderia suportar isso.

         - Imagina eu agora, tendo dentro da minha cabeça, ele, é todos os meus desejos meu tesão, sonhos e amor...

           - Me lamentando por não ter feito o que ele me pediu é era tão simples... Plantar em nos uma profecia auto-realizável para que o nosso amor pudesse  crescer e florescer como uma semente, lentamente, mas com uma forte raiz...

           - Eu errei, antecipei desejos, ciumes, frustrações do passado muito antes de termos habilidades em lidar com o nosso relacionamento...

            - Mas, ainda hoje me surpreende sentir sinais celebrais positivos hormonalmente refletindo por todo o meu corpo um sentimento de amor.. 

            -Ele já deve estar quase chegando, mas antes eu queria uma palavra amiga vindo de você, não vou dizer nada, quando ele chegar, vou usar a minha linguagem corporal, e a minha expressão facial para que ele faça a primeira leitura, do verdadeiro proposito desse nosso encontro.

             Ufa... Depois de saborear um sanduíche, e vários chopinhos, e aguardar vários minutos de espera eu consegui uma brecha neste dialogo de quase uma só voz, praticamente um monologo... 

             Aí eu pude mandar o meu parecer...

             - Bela atitude a sua Márcia, veja bem, a nossa missão na vida não é para mudar as pessoas, não podemos fazer nada sem antes mudarmos a nós mesmos, isso tem tudo a ver com a tolerância... 
      
             - Resumindo... Amiga, não perturbe o externo para não ter que se remodelar internamente... Sei que isso ia deixar você também puta da vida, porque perfeita eu sei que você e ninguém é...

              - Amiga mime-se perante ele certamente tu vai deixa-lo de quadro, por você. 

               - Querida me desculpe mas... Hoje eu estou com o meu horário apertado vou ver meu neto jogar... Pode deixar que a conta eu pago, até esse chope, que você não bebeu, e por sinal deixou esquentar...

               - Quero que saiba que eu estarei torcendo por vocês...     

              - Obrigada por me deixar desabafar...

              -  Desculpa ai meu amigo, eu sei que eu falo demais, acho até que mamãe na infância, me deu por engano as sementes de girassol que era para dar para o Kiquinho o nosso papagaio lá de casa... 

               -  Mas você resumiu em poucas palavras qual vai ser a minha atitude daqui pra frente, obrigada de coração querido...

               - Valeu, Márcia, me passa um zap contando as novidades ok...

               - Xau... Xau...!!!!... 

              Nossa ser um ouvido amigo, fez com que eu me sentisse muito bem, uma pena que amigos verdadeiros são raridades hoje em dia.







Um comentário:

Unknown disse...

Bom o seu conto pode ser 50% ficção, mas o que vou comentar não. A arquitetura deste mercado é pra mim uma obra de arte ao ar livre e que eu me apaixonei aos 8 anos idade,quando passava por dentro dele com os meus pais, para irmos a estação da luz era fascinante aquele cheiro de comida e frutas...E o tempo passou voltei ao mercado para comprar determinados alimentos que só lá encontraria com qualidade,fiz amizade com funcionários e sempre contava a minha história dos 8 anos de idade e percebia que eles me ouviam com atenção. Desiste da dieta, voltei depois de 1 ano no feriado do dia 15 com uma pessoa amiga para comermos o famoso sanduíche e claro contei a minha história com o mercado,e ela peguntou; porque eu não tinha contado essa história antes.Eu respondi,que não havia estado ali com ela.Vejo que São Paulo tem dessas coisas.Em cada lugar se faz história, em cada lugar se conta histórias vividas e ouvidas por amigos conhecidos ou não.Portanto penso que o seu 50% ficção, pode não ter sido vivenciado por você mas ele pode ter sido real para alguém.Bom texto,adoro São Paulo.