Eu
tento reler na minha memória, os acontecimentos nesta praia de Copacabana...
E vem à imagem de um homem maduro
enterrando os pés na macia areia, observado por uma mulher iletrada, parecendo
estar triste, recebendo o sol como recompensa, na sua iluminada cor de pele
morena, tive vontade de dizer à ela... - Você já é bonita demais com o que Deus lhe
deu...
O homem percebe, na sua mulher à mágoa, é por mais que ele
folheie as suas lembranças não encontra um texto que poderia se transformar em
palavras, tendo como trilha sonora o som do mar quebrando na praia... Vou dizer... É bonito demais...
Teria eu imaginado uma história ?
Pouco importa, até fico feliz por participar como observador das inúmeras história que acontecem a
minha volta, enquanto sou alisado, fotografado, tiro selfies com o mesmo sorriso, fico feliz por ser lembrado apesar de ter logo ali mais adiante sentado no
banco, outro homem de bronze, o grande poeta Carlos Drummond de Andrade.
Apesar de que como ele, já termos escutado
muito... - Quem é esse aí ?
É
como se a história fosse confusa e estaria perdida no tempo.
O curioso é como isso acaba esbarrando
nos escritos de compreensão, tipo Sócrates "- Só sei, que nada sei".
Eu sou somente a história em bronze
muito cobiçado por ladrões que em um piscar de olhos me venderiam no ferro
velho, para se dar bem.
Para não truncar mentalmente a sua
mente vamos nos conter por aqui, para não serem condenados em usar menos o
WhatsApp e pesquisar mais no Google, sobre a nossa rica cultura musical, o que
seria uma benção de conhecimento.
Na escala e nos acordes de valores que
ainda são ouvidos.
Com um contexto de um poeta, já com espírito no tempo, eu sei que ainda assim mesmo em bronze
poderei ajudar a decifrar e preservar a poesia da música brasileira.
Dorival
Caymmi
Marina, morena
Marina,
você se pintou
Marina,
você faça tudo
Mas
faça um favor
Não
pinte esse rosto que eu gosto
Que
eu gosto e que é só meu
Marina,
você já é bonita
Com o
que deus lhe deu
Me
aborreci, me zanguei
Já
não posso falar
E
quando eu me zango, Marina
Não
sei perdoar
Eu já
desculpei muita coisa
Você
não arranjava outra igual
Desculpe, Marina, morena
Mas
eu tô de mal de você
..................................
Um comentário:
Estou aproveitando esse texto no terceiro dia do ano, para desejar a todos nós que segue e escreve neste blogger um ano cheio de coisas boas.
Dependendo de como atuamos e construímos a nossa vida,nos sentimos estátuas. Não deveríamos,a vida é movimento.Não dá para ser observador,não dá para ficar em cima do muro.As cobranças vem a maior parte de nós mesmos. Não dá para sermos só "um rostinho bonito"para selfies e postar no face e alguém por educação ou por um outro motivo, digita"lindo ou linda..." Acredito que haverá um tempo que a nossa beleza interior aparecerá mais do que o físico, porque deixaremos aparecer através do ser e não do ter.Veremos a interior, sem foto ou com foto... Dorival Caymmi estava certo. Marina não devia ter usado maquiagem...Somos lindos, somos criação de Deus! Só precisamos aprender,aprender, e ainda dizermos: Eu só sei, que ainda não sei nada...
Um ano com Jesus,para todos nós nas nossas ações e reações.
Quem sabe, para não irmos parar como estátuas de bronze roubada,em um ferro velho de um bairro qualquer.
Ótima reflexão! Parabéns!
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