terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Caymmi....


         Eu tento reler na minha memória, os acontecimentos nesta praia de Copacabana...

       E vem à imagem de um homem maduro enterrando os pés na macia areia, observado por uma mulher iletrada, parecendo estar triste, recebendo o sol como recompensa, na sua iluminada cor de pele morena, tive vontade de dizer à ela... - Você já é bonita demais com o que Deus lhe deu...

       O homem percebe, na sua mulher à mágoa, é por mais que ele folheie as suas lembranças não encontra um texto que poderia se transformar em palavras, tendo como trilha sonora o som do mar quebrando na praia... Vou dizer... É bonito demais...

       Teria eu imaginado uma história ?

        Pouco importa, até fico feliz por participar como observador das inúmeras história que acontecem a minha volta, enquanto sou alisado, fotografado, tiro selfies com o mesmo sorriso, fico feliz por ser lembrado apesar de ter logo ali mais adiante sentado no banco, outro homem de bronze, o grande poeta Carlos Drummond de Andrade. 

        Apesar de que como ele, já termos escutado muito... - Quem é esse aí ?  

        É como se a história fosse confusa e estaria perdida no tempo.

        O curioso é como isso acaba esbarrando nos escritos de compreensão, tipo Sócrates "- Só sei, que nada sei". 

        Eu sou somente a história em bronze muito cobiçado por ladrões que em um piscar de olhos me venderiam no ferro velho, para se dar bem. 

         Para não truncar mentalmente a sua mente vamos nos conter por aqui, para não serem condenados em usar menos o WhatsApp e pesquisar mais no Google, sobre a nossa rica cultura musical, o que seria uma benção de conhecimento.

         Na escala e nos acordes de valores que ainda são ouvidos. 

         Com um contexto de um poeta, já com espírito no tempo, eu sei que ainda assim mesmo em bronze poderei ajudar a decifrar e preservar a poesia da música brasileira.

                                                          Dorival Caymmi


Marina, morena

Marina, você se pintou

Marina, você faça tudo

Mas faça um favor

Não pinte esse rosto que eu gosto

Que eu gosto e que é só meu

Marina, você já é bonita

Com o que deus lhe deu

Me aborreci, me zanguei

Já não posso falar

E quando eu me zango, Marina

Não sei perdoar

Eu já desculpei muita coisa

Você não arranjava outra igual

Desculpe, Marina, morena

Mas eu tô de mal de você

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Um comentário:

Unknown disse...

Estou aproveitando esse texto no terceiro dia do ano, para desejar a todos nós que segue e escreve neste blogger um ano cheio de coisas boas.


Dependendo de como atuamos e construímos a nossa vida,nos sentimos estátuas. Não deveríamos,a vida é movimento.Não dá para ser observador,não dá para ficar em cima do muro.As cobranças vem a maior parte de nós mesmos. Não dá para sermos só "um rostinho bonito"para selfies e postar no face e alguém por educação ou por um outro motivo, digita"lindo ou linda..." Acredito que haverá um tempo que a nossa beleza interior aparecerá mais do que o físico, porque deixaremos aparecer através do ser e não do ter.Veremos a interior, sem foto ou com foto... Dorival Caymmi estava certo. Marina não devia ter usado maquiagem...Somos lindos, somos criação de Deus! Só precisamos aprender,aprender, e ainda dizermos: Eu só sei, que ainda não sei nada...
Um ano com Jesus,para todos nós nas nossas ações e reações.
Quem sabe, para não irmos parar como estátuas de bronze roubada,em um ferro velho de um bairro qualquer.
Ótima reflexão! Parabéns!