sexta-feira, 7 de junho de 2019

São muitas, e não são poucas não...


Título: O bom da vida aconteceu...
 Texto: Lu Melinda

         Tudo bem, a gente diz que quando se está conhecendo alguém, não é relevante discutimos relações passadas.
         Pois a paisagem está se abrindo na nossa frente... 

         Você com certeza quer fazer parte desse cenário.

         Sou inter-racial, uma senhora branca de descendência italiana andando por essa cidade de São Paulo que acolheu os meus avós imigrantes com muito amor, e com esse mesmo amor eu ando com a linda negritude do meu namorado
         Me sentindo uma unificadora das raças, uma princesa de contos de fada, toda feliz da vida.

         Quando eu conheci Fernando, o que me atraiu nele foi o quão somos parecidos nos gostos e no sentido da vida.

         Eu devo ter ficado cega pelo amor, não faltou em nós os sinais óbvios que apontavam para um relacionamento livre de dúvidas, para isso usamos as nossas afinidades.

         Eu tive um vislumbre no inicio dessa relação.
         Algo muito superior que eu não encontrei explicação.

         Como a classe social não deve e não pode ser colocada como obstáculo é óbvio que eu me tornei hiper consciente de como isso poderia  impactar a nossa relação.

         Todas as preocupações desapareceram pois aprendemos como entendê-las e apreciá-las, apaixonada e apaixonado nos conectamos.        
         Observando o mundo melhor e com mais fascínio pela vida.

         Com esse homem fazendo parte do meu cotidiano.
         Sexo amor e afeição em uma só  verdade sendo ela absoluta.

         Hoje estamos juntos e com muita preguiça de que o dia acabe e a noite termine.

         Não me nego, me preparo para servi-lo como mulher, esposa e companheira nessa nossa jornada da vida.

       Aja fôlego !!...

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Título: Sacudiu tudo...
 Texto: Helinho Conte

       Em um clima livre de amor, entre uma praia e outra eu me despi de outras relações para viver a minha terceira paixão e a definitiva.

       E foi assim no vaivém do forró eu percebi que ali eu poderia ser feliz.
       A sanfona gemendo, e a poeira subindo colando no suor no meu corpo descendo em bicas... 

       Na batida da zabumba eu me deparei com a morenice sensual de Vilma, com seus longos cabelos negros, mas o que me encantou, foi o seu requebrado com a sua cintura remexendo dando um ritmo a sua opulenta bunda... Se você preferir glúteo dançante.

       Eu tive que escolher naquele primeiro momento entre fazer amor ou dançar.
       Eu escolhi dançar.

       Dançar é se inspirar, existir, se conectar com o íntimo da parceira no calor do rosto rosando com o corpo colado.

       Tive acesso a intimidade do corpo dela através da música.
       Aconteceu um aperitivo com fortes doses de tesão, que finalizou no enrosco dos nossos corpos nus, na noite que estava por vir.

       A vitrola na minha casa sempre rolou muito vinil de xaxado e baião, na minha infância meus país idolatravam o mestre Luiz Gonzaga.

       Confesso que me apaixonei pela figura do rei do baião com seu chapéu de couro.
       Uma mistura de alegria, sofrimento do sertão árido do Nordeste.

       E pela Vilma que me sacudiu com tudo, para amor...


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Muitas vezes nos perdemos no tédio da repetição de quem somos, consumidos pelo estresse de buscarmos o amor... Em alguém que substitua quem sabe, o que imaginávamos ser insubstituível.

             Alfredo Guilherme 




Um comentário:

Maria José Viana disse...

O que vou comentar aqui, não levem como crítica aos três textos,mas sim um ponto de vista, em uma reflexão. Por sinal bons para isso!
Como somos pequenos perante o sentimento do amor...! Um sentimento que querendo ou não trazemos no íntimo. Passamos uma vida procurando no outro, o que o outro nos oferece para deixar esse amor acontecer...
Esquecemos, que os predicados, as características físicas, a posição financeira do outro a qualquer momento
poderá ser defeitos...e aí como fica o amor? Não posso mudar o outro! Vem o desamor? Mas eu jurava que era amor!!!? Será??? Será que não seria a ânsia da solidão? O sexo em primeiro lugar? O troféu por não sermos preconceituosos racial...? Éh...! Confuso né...! Mas acredito quando deixamos esse sentimento emergir de dentro para fora sem apego a nada nos fazendo melhor,é ele que chegou de verdade, não precisando ser substituído, nos basta. Embora nós como seres humanos somos todos substituíveis, pois trazemos belezas únicas.