Tô cheio de “Apetite de pele? E você ?
É foda né, quantas pessoas não pararam antes da epidemia de falar ou fingiram dar importância ao celular nas filas nos aeroportos, em consultório médico, evitando assim contato com outros pessoas, mas se sentindo importante em outro tipo de contato, o virtual.
A quarentena fez com que sentíssemos com muita falta de contato, falta de pele, e pra ferrar ainda mais, temos tido problemas para dormir.
É a falta de serotonina, um dos hormônios cujos níveis aumentam quando tocamos e somos tocados. A insônia pode ser um efeito colateral da pandemia.
O que acontece quando nos tocam?
Sob nossa pele estão distribuídos diferentes tipos de sensores ou fibras nervosas que respondem ao toque.“algumas dessas fibras, as C táteis, respondem à estimulação suave da pele enviando informações a várias áreas do cérebro, principalmente ao córtex insular uma das partes relevantes do cérebro social, mas também ao córtex somatossensorial secundário, onde integramos todas as informações que recebemos.
Não só a tátil, como também a visual, olfativa, e as outras áreas do córtex cerebral, como a orbitofrontal e a cingulada anterior, onde processamos nossas emoções e com as quais tomamos decisões.
Claro que sim, podemos ficar doentes por estarmos sozinhos sem carícias, abraços e outras formas de contato como fuque fuque, pimba na molhadinha, huuuu!!! tá duro pula em cima, são eles que aumentam nossas células essenciais em nosso sistema imunológico, por isso que a falta de contato reduz drasticamente as nossas defesas e nos torna mais vulneráveis ao coronavírus quando, paradoxalmente, o que o confinamento pretende é evitá-lo.
A realidade é muito mais complexa, “estão se unindo duas linhas de pensamento.
Por um lado, é verdade e está cientificamente demonstrado que o estresse prolongado e as situações de medo ou ansiedade provocam um aumento de cortisol, ele é um hormônio que enfraquece nosso sistema imunológico.
Se não podemos abraçar os outros, que alternativas temos?
Muitas pessoas confessam, anonimamente, ter violado as medidas de confinamento para ter contato físico e necessariamente o sexual.
Se éramos pessoas com “fome de pele” antes do confinamento imagina agora sem esse contato nos parece uma perspectiva muito incômoda.
Nosso cérebro tem uma capacidade plástica incrível...
É verdade que está é uma situação grave não só pela doença, mas também pelo sofrimento emocional.
Mas também é verdade que somos muito adaptáveis, e quando isto passar, tenho certeza de que o cérebro saberá se readaptar outra vez ao nosso ambiente.
Vamos fazer um inventário das nossas esquivas anteriormente à pandemia é viver o agora !!!!