Dizem que os olhos são a janela da alma. Essa expressão sempre me intrigou, porque sugere que, através dos olhos, podemos enxergar o que se passa dentro de alguém. A verdade é que, para mim, os olhos são mais do que uma simples janela para a alma, eles são a janela da razão. Eles têm o poder de ver mais do que possamos sentir, intuir ou pensar. Será verdade?
Pensemos por um momento, os olhos não apenas captam imagens, mas também processam informações, identificam padrões, reconhecem expressões e até mesmo desvendam mentiras. Quantas vezes confiamos mais no que vemos do que nos ouvimos? Um sorriso com falsidade, por exemplo, pode ser facilmente desmascarado por olhos atentos. A verdade está nos detalhes que a visão capta, muitas vezes sem que a emoção interfira.
Eu sempre fui fascinado pela capacidade dos olhos de captarem a complexidade do mundo. Quando observo um pôr do sol, não é apenas a beleza do momento que me toca, mas a percepção de que há uma ciência por trás de cada cor e sombra. A luz se refrata de formas específicas, criando uma paleta de cores que só os olhos podem verdadeiramente apreciar. Isso não é apenas sentimento, é entendimento racional.
E então, há momentos em que a razão dos olhos supera qualquer outra forma de percepção. Uma vez, enquanto caminhava por uma rua movimentada, vi um casal discutindo. As palavras não chegavam até mim, mas os olhos captaram a tensão nos gestos, a tristeza nos olhares. Pude entender a profundidade daquele conflito, não pelos sons, mas pelo que meus olhos conseguiram perceber. Ali, a razão falou mais alto do que qualquer outro sentido.
Mas será que os olhos realmente veem tudo? Eles têm suas limitações, claro. Há coisas que se escondem nas sombras, sentimentos que se mascaram por trás de expressões bem treinadas. E é aí que entra a intuição, a capacidade de sentir além do que se vê. Contudo, ainda acredito que a primeira linha de defesa da nossa percepção está nos olhos. Eles são os guardiões da nossa razão, filtrando o mundo e nos ajudando a decifrá-lo de forma lógica.
Há quem diga que confiar nos olhos é perigoso, que eles podem ser enganados. E é verdade, as ilusões de ótica estão aí para provar isso. Mas, mesmo assim, prefiro acreditar na clareza que eles me trazem. Porque, no final das contas, a razão precisa de um ponto de partida, e esse ponto muitas vezes é visual.
A cada dia que passa, me pego mais convencido de que os olhos são, de fato, a “janela da razão”. Eles nos permitem não apenas ver, mas compreender, analisar, questionar. São eles que nos dão a chance de olhar para o mundo com uma perspectiva crítica, de enxergar além das aparências e buscar a verdade.
Então, da próxima vez que olhar para algo, lembre-se de que seus olhos não estão apenas vendo, eles estão raciocinando. Eles estão conectando pontos, formulando hipóteses, desvendando realidades. Porque, no fundo, ver é muito mais do que um ato passivo, é um exercício contínuo de razão.
Ao final, percebo que os olhos, essa janela tão especial, são muito mais do que simples ferramentas de percepção. São nossos aliados na busca pela compreensão, pela verdade que se esconde nos detalhes e, acima de tudo, pela razão que guia nossas vidas.
Por Alfredo Guilherme
2 comentários:
Adorei texto amigo Alfredo 👍👍👍👍
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