Vou te fazer um pedido que pode também ficar como sugestão ao
meu blogueiro favorito gostaria de reler a postagem do Trem de prata, descobri
que meus pais também fizeram esta viagem, gostaria que a minha mãe pudesse ler,
sei que vai trazer grandes recordações para
ela obrigado de coração... Helena E. Soares S.P... Você pediu ai esta..Um forte abraço obrigado por curtir o blog...
RELENDO NOVAMENTE...
“Silver Trair: O Saudoso Trem de Prata... "
Nos anos 90... Quando o assunto
era viajar para o Rio, e queríamos viajar sem pressa, mas com muito glamour, e
romantismo, está era a opção da viagem tão sonhada, para muitas pessoas...
Eu
querendo fazer uma surpresa à minha namorada na época, só consegui fazer a
compra das passagens com trinta dias de antecedência a procura era muito
grande.
Encarei a fila indo
de madrugada à Estação da Luz em São Paulo, naquele tempo era São Paulo da
garoa...
Na época
uma passagem de aérea para o Rio de Janeiro, custava praticamente o mesmo
preço... Isto tornava está viagem praticamente para comemorar ocasiões muito
especiais.
Seu serviço era muito
mais sofisticado, com um bom serviço de bordo, carros Pullman com poltronas
individuais e cabines-dormitório equipadas como de um hotel de luxo.
A experiência
durou muito pouco apesar da qualidade do serviço. Duas razões acabaram com a
confortável, romântica e divertida ligação entre as duas maiores cidades do
Brasil....
A queda nos preços da
passagem aérea, ai não dava para concorrer, e as péssimas condições dos trilhos
que causavam constantes atrasos, e até cancelamento de viagens.
Motivos, pelo
qual, não temos mais este sonho prateado sobre trilhos... O último Trem de
Prata saiu de São Paulo na noite de 29 de novembro de 1998 e chegou ao Rio na
manhã do dia 30.
No dia marcado lá estávamos eu e ela, ansiosos, e prontos para a
viagem...
No
"Expresso do Oriente", brasileiro... Talvez a viagem não tivesse o
mesmo charme à mesma mística do Exótico passeio Oriental, que já rendeu muitos
filmes...
Mas, está viagem não deixava
também de ter o seu charme, de ser extremamente excitante e muito luxuosa...
Assim que chegamos à Estação da Luz, fomos conduzidos a uma espécie de
Plataforma Vip.
Carregadores vestidos iguais aos mostrados no filme Titanic, apanhavam
os passageiros carregando as malas, e outros etiquetavam, feito isto nos
encaminharam a uma ala para aguardarmos o embarque, onde havia confortáveis
poltronas em couro, em um ambiente iluminado por magníficos lustres, e
candelabros de origem francesa.
Quando o trem chegou à plataforma, o
embarque foi em clima de muita tranquilidade, contrastando com o frenético
movimento dos usuários da estação embarcando com destino aos subúrbios da
grande São Paulo.
O Trem de Prata causava curiosidade e
admiração, para quem estava nas outras plataformas da estação.
Todo revestido de carpete
vermelho nos dava um visual aconchegante na entrada... Fomos conduzidos por um
funcionário à nossa cabine, ele mais parecia, para quem ainda se lembra, com um
antigo lanterninha, de cinema.
D e cara, a cabine mais parecia com uma sala, com duas poltronas, um
armário e um banheiro apertado... Muito semelhante à cabine de um navio de
Cruzeiro, apertada, mas funcional.
Marlene... Falando bem baixinho no meu ouvido, com ar de total deboche.
- Amor vai ser bem diferente a nossa noite,
vamos fazer amor no sofá ??...
Quando eu ia explicar, o funcionário que nos acompanhou mostrou que as
camas estavam embutidas na parede, e que britanicamente o jantar seria servido
às 23:00 horas.
Passado alguns minutos, um longo
e estridente apito foi ouvido e a composição começou lentamente a rodar, e as
emoções começaram acontecer.
Ficamos em nossa cabine confortavelmente instalados, em um clima de
total romance.
Vendo aos poucos a estação ficar
para traz, em pouco tempo, já tínhamos passado por vários bairros, e quase sem
notar, já estávamos deixando a cidade de São Paulo.
A está altura, já estávamos trajando, roupas sociais, no “Look” que
exigia a ocasião...
Eu com um blazer branco, e como regra com o botão do meio abotoado...
Ela estava, elegantemente vestida para matar, todos os meus desejos
nesta noite...
Com um vestido tubinho preto, tomara que caia que valorizava
consideravelmente os seus seios, com uma só alcinha no ombro, deixava o seu
corpo escultural.
Sapato Luiz XV, preto... Que alongava a sua
perna... Contribuindo para a valorização desta parte, erotizando ainda mais o
seu corpo, acompanhada do seu sorriso extremamente sensual.
Nos dirigimos para o vagão-restaurante, luxuosamente decorado.
Com várias mesas, lado a lado, com um discreto
lustre em cada uma delas, que a meia luz dava um toque extremamente romântico
ao ambiente.
Fomos recebidos pelo Matrie, que nos conduziu à nossa mesa... Jantamos,
ouvindo ao som do piano, vários clássicos da música romântica, "Unchained
Mellody", que anos depois foi tema do filme, "Ghost" foi um
deles.
Os olhos dela. irradiavam felicidade, e com certeza os meus também...
Enquanto isso acontecia, pela
janela, as estações dos subúrbios surgiam e desapareciam, uma após a outra.
Escolhemos, entre os vários pratos da
culinária francesa, o Gratin, com molho branco, queijos dourados, presunto e
mandioquinha.
Prazeroso foi saborear a sofisticada
sobremesa, um clássico da culinária francesa.
Creme Brulée, tem uma textura leve, servida
bem gelada e com aquela casquinha crocante de açúcar, feita com o maçarico,
acompanhado pelo, Bon Appétit...!!! do Matrie.
Após o delicioso jantar, retornamos
a nossa cabine... E, qual foi a nossa surpresa, a cama estava toda
arrumada.
Nem preciso dizer o que aconteceu. . .
Se fazer sexo depois do jantar, daria congestão, estaríamos tortinhos e
devidamente mortos.
Todo este momento, mereceu bem depois, um drinque casual no vagão-bar...
Mas isto aconteceu, muito tempo, mas muito tempo depois mesmo... Deste vagão, era de onde saiam os casais
para uma bela noite romântica...
Nós tínhamos acabado de fazer o inverso, mesmo
porque teríamos ainda muitas horas de viagem pela frente.
Não estávamos acostumados a beber, mas o clima deu uma forcinha...
Pra reforçar, lembrei da frase do ator do
premiado filme, Casablanca, Humphrey Borgart...
Para ele... O Mundo estava sempre três doses
atrasado....
Marlene bebeu duas deliciosas Margarita.
Que mistura Tequila, Contreau, suco de limão,
cubos de gelo, e não podendo faltar o sal na borda do copo.
Não demorou muito ela já estava facinha, facinha, com um lindo sorriso
de desejo no rosto.
Falando deliciosas sacanagenzinhas, do que
queria fazer ao voltarmos para a cabine.
Eu depois de três Jack Daniel's... Já
estava bem alegrinho também...
Achando até... Que o melhor amigo do
homem... O Uísque....
Era um ... Cachorro Engarrafado...
Depois de docemente alcoolizados...
Acabamos concordando... Que deveríamos na verdade, ter enchido a cara de
Guaraná Champagne !!!!...
Assim a conta não seria tão alta....
Concordamos, rindo muito.
Voltamos para a cabine aos beijos e
abraços.
Pelo estreito corredor do trem, que
pelo nosso estado etílico, ficou ainda mais estreito, com a agravante de ainda
balançar.
Com o gostoso balanço do trem...
Passamos a maior parte da noite, em uma inesquecível... Proclamação... A
liberdade de se amar...
Exaustos... Dormimos, agarrados, nem
sei dizer a hora...Enquanto o nosso Trem de Prata, deslizava pelos trilhos como
uma Lagarta Fosforescente, se perdendo noite a fora...
Acordamos bem cedo... Ainda enebriados
pela noite de total prazer, nos dirigimos direto ao vagão-restaurante para
apreciar o delicioso Café da Manhã.
Notamos que já estávamos circulando os
subúrbios carioca, voltamos à cabine para acompanhar a chegada à cidade
maravilhosa...
Com uma certa frustração, por estar terminando a viagem.
Aos poucos, locais conhecidos em cartões
postais surgiam pelas janelas.
Avistamos ao longe o Corcovado, e
o imponente Cristo Redentor, surge o Maracanã, e a favela da Mangueira.
Ainda bem que hoje, favela, tem
um nome mais social, Comunidade, este nome favela só ficava bem em letras de
sambas.
Pouco tempo depois, estávamos desembarcando
na Central do Brasil... Para um fim de semana, de "Inebriante
Felicidade". . .
Com certeza foi um dos melhores
momentos da minha vida.
Éramos jovens na época, o inesperado, nos
separou...
Sobrinha de um coronel, o pai
alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores, foi designado para
trabalhar com o Vice-Cônsul em Paris, coisa da confusa política brasileira...
Os anos se passaram, mas ainda ficou viva
na minha lembrança, está viagem inesquecível...
Por Alfredo Guilherme