Domingo nublado subindo a Serra do Mar vindo de Santos, depois de um compromisso, lá estava eu sozinho, dentro do meu carro...
Foi quando eu resolvi parar no acostamento em um lugar seguro já quase chegando no final da subida da serra, com uma paisagem pra lá de magnífica a minha frente...
Eu mais parecia um ermitão fechado dentro do
carro, olhando para a Mata Atlântica, que estava com muitos galhos secos nesse inverno.
Olhando com mais atenção percebi que as folhas secas, eram borboletas marrons e vermelhas que penduradas nos galhos, me enganaram visualmente, quem sabe estavam ali em uma profunda inércia se passando por folhas secas fugindo quem sabe de algum predador natural.
Olhando com mais atenção percebi que as folhas secas, eram borboletas marrons e vermelhas que penduradas nos galhos, me enganaram visualmente, quem sabe estavam ali em uma profunda inércia se passando por folhas secas fugindo quem sabe de algum predador natural.
A imensidão da floresta verde com seus galhos secos me fez brotar na superfície da minha consciência cenas e recordações que estavam guardadas do fundo do meu inconsciente, de inúmeras viagens por essa maravilhosa estrada que nos leva em direção ao mar, com a opção de escolher praias de encantos únicos...
Com os meus pais e a minha irmã, com meus filhos, com meus netos, algumas namoradas, e ex esposa, com os meus queridos amigos, tomei muito banho de cachoeira nessa serra, fiz até amor a beira desta estrada dentro do meu primeiro carro, o velho e saudoso fusca nos anos 70...
Com os meus pais e a minha irmã, com meus filhos, com meus netos, algumas namoradas, e ex esposa, com os meus queridos amigos, tomei muito banho de cachoeira nessa serra, fiz até amor a beira desta estrada dentro do meu primeiro carro, o velho e saudoso fusca nos anos 70...
Eu poderia
passar o resto da minha vida ali naquele
lugar no invólucro do meu carro, afastado de tudo e de todos, arrebatando memórias nas notas musicais das velhas melodias de sempre, que eu gosto de ouvir no carro, que na verdade mais parecem um velho pijama furado que não deixamos de forma alguma ser doado aos pobres.
Em um determinado momento não pude esconder a ressaca de saudades que encheu os meus olhos de lágrimas me dando
uma vontade imensa de chorar, e eu chorei, chorei por todas aquelas belas lembranças do passado...
Não foi de tristeza, mas aquele gosto do passado que em alguns momentos amargava a minha garganta, de tanta felicidade pelo o que já foi, e não vai voltar mais, assim mesmo é tão bom ter de volta na memória pessoas que nós amamos, pessoas tão importantes que um dia, nos trouxeram a tão sonhada felicidade.
Eu percebi que no
emaranhado dos galhos daquelas árvores estavam pendurados lembranças e segredos da minha vida, que caiu em lugares diferentes dentro de mim, naquele momento, e iram me fazer sempre migrar pela vida, simplesmente feliz.
Sabe... Todas as
pessoas deveriam ter o seu momento de casulo, e eu tive o meu naquela tarde, e só sai deste estado de dormência mental, quando um funcionário da
concessionária que administra a estrada, gentilmente veio até o meu carro pensando ter havido
alguma avaria.
Agradeci e
me coloquei de volta na estrada aliviado por esses poucos momentos de um rápido retiro mental em que eu desabafei comigo mesmo... De algumas coisa que
inconscientemente me incomodavam, foi muito bom refletir foi bom repensar...
O restante da viagem foi a mais gostosa que eu fiz em toda a minha vida... Me sentindo ótimo, depois daquela terapia serrana...
O restante da viagem foi a mais gostosa que eu fiz em toda a minha vida... Me sentindo ótimo, depois daquela terapia serrana...
Por Alfredo
Guilherme
3 comentários:
Nós brasileiros somos um povo único ....
O mundo todo pode ter lembranças , mais lembranças boas com saudades ,só o brasileiro tem ...
A palavra Saudades só existe no dicionário e no coração brasileiro ..
E no que parece no coração desse escritor está bem forte ..relembrar é viver ..Desde de que seja boas lembranças ..as ruins devemos deletar .
Parabéns senhor Alfredo por este texto ..ele ajuda as pessoas à prestar mais atenção em qualquer lembranças que julgamos ser galhos segos dentro da gente ..
Somos seres históricos, e estamos a todo momento fazendo história só percebemos isso quando chegamos a um certa idade isso é maravilhoso... Ai resolveram um dia chamar isso de passado "o palavrinha feia" te dá uma sensação que a vida esta acabando que não tem mais nada pra viver para virar história até para que outros conte, se não der tempo...História bonita a sua principalmente porque você ficou feliz. Acredito que essa estrada tem muitas histórias de outras pessoas plasmadas para serem contadas...Ah espero que as lagrimas tenha sido de alegria de poder rever a sua história e a saudade gostosa.
Rever o passado é bom ,e que ótimo quando é terapia. O ruim é quando moramos nele,ai o bicho pega, somos seres evolutivos e não podemos parar, o tempo não espera para sairmos dele. Bom texto...
Nara
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