terça-feira, 13 de março de 2018

Um conto...



            - A bituca de cigarro esquecida por mim em cima do batente da janela, emanou além do desagradável cheiro do cigarro, um cheiro forte de madeira queimada.

            - Pronto, bastou para ela, mesmo cochilando na varanda, perder as estribeiras.

           - Era Carnaval, como folião, qualquer lugar, seria melhor que ficar naquela rinha de galos familiar, era o que parecia quando discutíamos, sai rumo à rua...

           - O nosso romance já se mantinha na despedida, sem querer dedicatória, pelas lembranças passadas.

           Em meio a folia, o meu amigo Benemeres Batista, carinhosamente chamado de Benê, se deixou levar pelos encantos da morena faceira que lhe sorriu, se encantou mesmo depois que ela tirou a peruca, deixando seus cabelos dourados brilharem iluminando e alegrando os seus pesares... 

           Continuou a me contar os fatos. 

           - Prendeu-me de cara, ao gingado das suas ancas deliciosamente avantajadas, região do corpo feminino que eu mais gosto, o quadril é todo o resto das partes íntimas da mulher.

           - Entre beijos e abraços, confetes e serpentinas, eu já nem conseguia ver mais os meus pés no asfalto da folia que ganhava os becos e ruas da cidade.

          - Quarta feira de cinza, eu não vi tristeza, nem o fim da alegria, o tempo passou, eu só me lembro como se fosse hoje.
            - E vou me lembrar como se fosse ontem.

           - Entretanto, porém, como nada é como deve ser de fato, um dia eu deixei de fumar, mas ela, não deixou de beber, dizendo que a cerveja combinava com a cor de seu cabelo.

           - Peguei o gosto pelas duas, hoje bebemos juntos, sem eu nem querer saber de mim mesmo, nos entregamos, resgatando todos os dias o melhor de nós.

           - Entrelacei meus dedos e de mãos dadas, caminhamos até hoje pela vida fora, o amor ganhou a minha alma... 

           - Com muita alegria, um dia aqui, outro dia ali...

           - Que esse amor fique intacto, digamos de uma forma monogâmica, até que um dia, a vida possa acabar. 

           - Te desejo longa vida, neste seu amor meu amigo...

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