terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Ainda me emociono...

   

 Texto Casual...

      Viajar de avião sempre é algo maravilhoso! Chegar a São Paulo, depois de um tempo fora, estão nem se fala, sentir aquele cheiro de gasolina queimada, o ronco das motos e a visão grotesca de carros amontoados no trânsito e todo aquele povaréu me emocionou demais, ao ponto de lágrimas descerem em meu rosto.

       De repente, lá estava eu com os olhos cheio de lágrimas, parecendo um bobo, na janela do carro.

      Minha amada e odiada cidade, onde nasci, sofri, cresci e hoje eu só quis andar, ver o centro da cidade por dentro, talvez somente para conferir se tudo continuava no lugar.

      Quando entrei nas ruas centrais, me assustei. Abriu o sinal e lá veio aquela multidão apressada para cima de mim. Eu, em minha ansiedade, fechei a cara e a encarei quase como um touro bravo, essa mesma cara usamos também aqui para entrar e sair na Estação Sé do Metrô.

      Tentei abrir caminho na marra. Era como uma mata fechada: faziam que eu andasse para trás ou ficasse de lado para abrir caminho para os outros passarem.

      Andei o Viaduto do Chá... Que pena não existe mais o Mappin o nosso magazine, tentei um sorriso, e manter a simpatia, no meio da rua, na verdade eu já estava entrando em paranoia de perseguição, com tanta gente mau encarada sentada nas escadarias do Teatro Municipal. 

     E fui passeando aos poucos. Demorei mais de uma hora para andar da Praça Ramos de Azevedo à avenida Ipiranga. Cerca de poucos metros apenas eu estava na Praça da República.

     E rever a mais famosa esquina do Brasil, Ipiranga com Av. São João foi emocionante.
    Caetano Veloso até que tentou poetizar essa famosa esquina, conseguiu à moda dele, mas quem é paulistano é apaixonado mesmo pela malandreada e boemia letra de "Ronda" de Paulo Vansolini na voz impecável da cantora Márcia.
     
    Eu havia perdido as relações que me conectavam com essa cidade.
    Desenvolvemos, sem perceber, um direcionamento automático em ruas intransitáveis. Só assim são possíveis esses congestionamentos gigantescos de carros nas grandes capitais, sem acidentes.        

     Atravessamos multidões quando conectados à cultura geral.       
    Há até o aplicativo Waze que nos indicam os caminhos melhores e mais livres, pelo celular. 
     Isso, para mim, é uma clara demonstração de que fomos feitos para conviver em sociedades comunitárias.
     Nós nos adaptamos muito rapidamente às condições do outro e do mundo em que vivemos. E esse é o nosso maior trunfo. 
     Tudo o que você imagina de bom e moderno existe nesta cidade.

     São Paulo, vou dizer... Você é foda... !!

    

Um comentário:

Maria José Viana disse...

Se Caetano quando aqui chegou nada entendeu, imagina eu na pré adolescência.
Entendo a emoção de quem escreveu o texto. Falar de São Paulo quando se gosta é maravilhoso e triste.
Aqui me tornei adulta,cresci como pessoa fiz grandes amizades.
Tenho um certo encantamento pela arquitetura do centro velho de São Paulo, coisa de paixão, pois foi onde tudo começou.
Hoje quando aprecio a arte na arquitetura do mercado Municipal, do teatro municipal, da Catedral Sé e tantos outros fico triste, de ver tanto abandono humano e de arte.
Porém quem ama, ama. Não me vejo mais morando no centro velho de São Paulo, mas aqui ficarei até o último suspiro, foi realmente amor a primeira vista com toda a diversidade...