Até hoje não consegui interpretar, se estou vivendo em isolamento, confinamento, distanciamento ou se é uma provação!
Tenho me esforçado para aceitar este comando severo, isto pesa muito!
Estou cumprindo uma rotina diária que tive de adaptar.
Creio que este Vírus chegou para fazer que somos capazes de prestar atenção nos mais simples
detalhes, como respiramos,nossa assepsia, como higienizamos nosso entorno,lembrar de fatos e emoções que ocorreram e ficaram esquecidos.
Também perceber que podemos viver com menos de tudo aquilo que acumulamos... Roupas, calçados e por aí a fora.
Juntei algumas destas coisas, mais uma cesta de alimentos e fui até uma rua que há uns quatorze anos atrás era meu caminho para o local de trabalho, e por ser razoável perto muitas vezes eu fazia o trajeto à pé.
Eis que um dia,consegui tropeçar e arrebentar a sandália e fiquei com dificuldades para caminhar.
Neste dia tive uma prova de solidariedade, que jamais poderá cair no esquecimento.
Ocorreu em frente uma casa humilde, que foi presenciado por uma senhora(Cida) e seus dois filhos(Wilson e William)
Aquela senhora me ofereceu seus chinelos e ainda pediu ao William que levasse o calçado para consertar no sapateiro e depois devolvesse no meu local de trabalho.
Muita emoção naquele momento, não quiseram aceitar nenhum pagamento que lhes ofereci.
Depois de muito tempo que não passava por ali, me surpreendi fui recebida pelo William que já chamou a família falando meu nome... Muito gratificante!
Em pouco tempo soube da situação... Todos passando necessidades e desempregados!
William, esposa, filho e Wilson com a noiva grávida todos morando ali.
A Cida sub-nutrida e dizendo estar feliz por minha presença, lamentando não poder me abraçar.
Engoli seco minhas lágrimas, fiquei o menos tempo possível porque eu iria desabar a qualquer momento.
Entreguei minha pequena contribuição, saí com promessa para mim mesma...
"Enquanto eu puder vou colaborar com esta família que faz parte da minha história, da minha vida".
4 comentários:
Realmente esse isolamento tá muito difícil hoje vemos e fazemos coisas com mais clareza e percebemos que não precisamos de muita coisa, hoje só precisamos da família, amigos e tempo pra aproveitar a vida.
Hoje é momento de de ver e valorizar as coisas, família,tudo isso. Deuse está buscando em cada um de nós ele está no controle.
Sempre que leio um texto, procuro refletir o que de melhor existe. Reflito neste texto que ninguém é pobre o suficiente que não tenha o que doar é um exemplo claro.
Sempre observei e vivenciei que há mais falta de amor no planeta terra do que pão, assim já dizia alguém.
Acredito que as desigualdades existem para que possamos exercitar o amor em todos os sentidos.
Muitos de nós, temos alimento para o corpo, temos família temos amigos e muitos não tem nada disso e nos dois momentos temos fome na alma de ser só ouvido, de ser perdoado e perdoar, de ser entendido, de respeito, de abraços de um aperto de mão de um olhar carinhoso...na realidade de colo.
Vejo esse isolamento como uma coisa boa, nos mostrando quem somos e o que precisamos para ser uma família universal. Nos mostrando que é fácil amar a nossa família, nossos amigos.
O quanto é difícil amar se doar a quem não conhecemos não convivemos, mas que é possível, mesmo que doação seja a presença física.
Somos uma grande família no mesmo barco, depende de nós não deixarmos esse barco virar.
É hora de quem quiser deixar de só ter e ser.
Desejo a todos do blog e a mim também muita luz, sabedoria,coragem,e um esperançar com alegria e amor.
Bom texto!
Minha simpática escritora, você é uma pessoa de coração e atitude nobre.
Realmente estamos observando que devemos lembrar sempre das pessoas simples com muita humanidade.
Sempre esquecemos o que recebemos e não damos nada de volta.
Temos sempre alguém pra agradecermos pois a vida é uma troca.
Sua história é muito bonita e real.
Precisamos nos concientizar que somos todos irmãos.
Parabéns você é gente
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