quarta-feira, 22 de novembro de 2023

       



      Crônica: Tecnologia que pode esfriar até o Libido…

Como anda o amor nas linhas digitais da modernidade, dos aplicativos de mensagens, tornaram-se cada vez mais o centro de complexas emoções. O libido, outrora pulsante, muitas vezes resfria-se nas frias notificações que ecoam no vazio da ausência física.

As ligações, agora relegadas a meros sinais luminosos no visor, buscam mais do que vozes. E não sussurros virtuais que tentam preencher o vazio do contato palpável. Contudo, frequentemente, ligações ficam sem resposta, perdendo-se no limbo das notificações ignoradas.

O amor, outrora desenhado em cartas apaixonadas, e perfumadas, agora se encontra refém das mensagens digitais que mal conseguem capturar a complexidade do olhar ou a suavidade da voz. 

Muitas vezes a ânsia por saber onde o amor vagueia transforma-se em ansiedade, enquanto a ligação não atendida ecoa como um questionamento mudo sobre a distância emocional.

Nesse mundo de pixels e emojis, o amor busca resgatar sua essência. Essa é a crônica da contemporaneidade que revela a ironia de estarmos mais conectados do que nunca, enquanto, paradoxalmente, nos sentimos mais distantes. 

Uma coisa é certa, pela evasão do calor humano, ecoam um silêncio que ressoa na busca por um amor mais tangível.

Com tudo isso resta uma esperança em um simples gesto, atender as ligações, e assim quebrar as barreiras digitais e reencontrar a verdadeira intimidade perdida.

Por Alfredo Guilherme



3 comentários:

Anônimo disse...

A sua crônica ressalta a ironia da conexão virtual intensa, contrastando com a sensação de distância emocional. realmente essa é a verdade atual

Anônimo disse...

A mudança das expressões românticas, antes presentes em cartas perfumadas, para as mensagens digitais realmente falham em capturar a profundidade das emoções. Que saudades de receber do correio essas cartas de amor..!!!! Parabéns pela CRÔNICA...

Martinha disse...

Pois é meu amigo blogueiro. Ainda que a gente seja obrigado a deixar de ser militante analógico e se render às linhas digitais da modernidade só quem já escreveu ou recebeu uma carta de amor sabe das emoções contidas em rasgar o envelope e afundar os olhos em centenas de palavrinhas, sem emogis, sem carinhas, sem pixels ou seja lá o que isso que dizer, mas cheias de calor humano que transcendem a distância e nos conectam ao outro numa perfeita sintonia de dois serem que se amam e se encontram numa intimidade perfeita permitindo que o amor seja tangível e não escorra pelos dedos e se perca no limbo das notificações ignoradas. Amei seu texto.