quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Um Conto : Meu vizinho anarquista… (incluindo a segunda parte)


      Vocês já ouviram falar de algum aposentado que ganhando só um salário mínimo e um dia de saco cheio, pensou, quer saber ?, que se dane, "Por que não ser um anarquista da terceira idade?". Esse cara existe ele é meu vizinho. Agora sente a resenha do cidadão.

       Ele chegou no banco e disse, 'Vim cancelar da minha conta os cartões de crédito. Quero resgatar o cinquentinha da poupança, que está um bom tempo com vocês só rendeu vinte e cinco centavos. Quem precisa de um sistema bancário? Eu sou meu próprio banco agora. Podem me chamar de “Senhor Bitcoin da Vila !!!”. O gerente ficou confuso, mas ele estava lá, com seu novo visual, todo de roupa preta fazendo a sua revolução partidária.

        E sobre as contas a pagar ?. Ah, ele decidiu organizar um protesto contra as contas a pagar. Chega de opressão! “Vou libertar as contas da tirania mensal!' A concessionária de água ficou “P” da vida com o nosso aposentado anarquista por ele ter instalado um sistema de coleta da água da chuva no quintal, se sentiu confortável e saiu gritando  'Vizinhos vai chover liberdade, agora !!!'

        Mas não para por aí. Ele se tornou um expert no ‘Escambo Moderno’. Aceitou trocar as porcelanas da vovó, em troca de uns pacotes de pão de forma, só porque não ficam duro no dia seguinte ?'. Os vizinhos já não sabem se devem chamar a polícia ou pedir um autógrafo do novo líder revolucionário do bairro. Ou partir para ser mais um membro autônomo dessa comunidade igualitária.'

        Estão todos perplexos. Ele pintou a casa de cores psicodélicas, colocou uma bandeira com o símbolo da anarquia no meio do jardim, e ninguém ousa pedir que ele corte a grama, ou pode a árvore que já está com os galhos cobrindo a metade do telhado do vizinho. Ele é o rebelde da rua, o "Che Guevara" dos aposentados do bairro.

         Ele organiza churrascos sem convite, mas você só vai saber que foi convidado quando o cheiro do churrasco invadir sua casa. É a "Festa do Churrasco Surpresa da Revolução". E tudo mais é na base da revolta culinária.

         No final, esse meu querido vizinho, viúvo sem filhos, aposentado sem governo e anarquista nos ensina que, às vezes, a verdadeira revolução acontece quando decidimos não nos conformar com as regras chatas da vida. Quem disse que aposentadoria não pode ser uma aventura anarquista? Afinal, ele não tem luxo, mas tem liberdade, e isso é o suficiente para fazer suas revoluções pessoais na melhor idade!"

           Por Alfredo Guilherme 



(Segunda parte)



Passado já algum tempo...

    Desde que meu vizinho se tornou o anarquista da terceira idade, sua vida se transformou em uma série de aventuras excêntricas e hilárias. Depois de autodeclarar-se o "Senhor Bitcoin da Vila" e liderar um protesto contra as contas a pagar, ele continuou a desafiar as normas com uma dose extra de humor e rebeldia.

     Decidindo que não precisava mais usar um celular, ele optou por usar pombos-correios, como seu novo meio de comunicação "anti-establishment". Uma atitude de oposição para desafiar o sistema e as instituições.
      Agora, toda vez que você vê um bando de pombos voando, na direção da sua casa, pode apostar que uma mensagem revolucionária está a caminho.

     Ele também decidiu elevar o 'Escambo’ a um novo patamar, muito mais extravagante, trocando objetos inusitados como a prótese dentária com um dente de ouro que pertenceu à falecida, por uma coleção de canecas de 'Chopp' antiga, sabe, aquela coleção que a sua avó adoraria ver a prateleira no meio da sala despencar quebrando tudo. A cada nova troca, ele organiza uma celebração, " A Libertação da Tralha Caseira".

     Desafiando o transporte público, meu vizinho anarquista, percorre o bairro em seu "cavalo de pedal" uma bicicleta personalizada decorada com as cores da anarquia com luzes piscantes e um alto-falante que toca músicas de protesto impactantes do período anos 60, com Bob Dylan, Sam Cooke. Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Caetano Veloso, e outros. Claramente ele se tornou na figura excêntrica das ciclovias do bairro.
     Para desafiar ainda mais o sistema de transporte convencional, a noite troca as pedaladas, pela "prancha de skate" motorizada, distribuindo panfletos "Pela Liberdade nas Rodas!".

    Além disso, ele inaugurou na edícula no fundo do seu quintal, a "Escola da Revolução", onde ministra palestras sobre vários tópicos, "Como Sobreviver ao Apocalipse com Estilo", "Como Sobreviver Ganhando um Salário Mínimo sem fazer Empréstimo Consignado" e com mais estilo ainda ensinar o tempo perfeito para apertar o "Botão do Foda-se". As palestras são uma verdadeira aula de "Desobediência Civil Criativa", e de maneira lúdica e inovadora, organiza um evento chamado "Poesia da Revolta", onde a rima é a arma mais afiada.

    Muitos vizinhos que inicialmente ficavam perplexos, agora fazem fila para se iscreverem em suas aulas, ansiosos por aprender as artes da rebeldia geriátrica anarquista.

    Sua última empreitada foi transformar parte do seu jardim no refúgio de "Horticultura Subversiva", plantando legumes e verduras de forma totalmente anárquica, onde ele rega a horta à vontade, cortesia do "gato" que fez na calada da noite no medidor da água.
    Ele até organizou uma colheita coletiva, convidando todos os vizinhos a participarem e levarem para casa uma porção de "liberdade fresquinha".

    Meu vizinho, o "Che Guevara" dos aposentados, continua a provar a cada dia, surpreendendo a todos com suas façanhas rebeldes, uma delas, eu quase ia esquecendo de contar, ele introduziu na vizinhança a "Moeda Alternativa", do lado ‘cara’ da moeda tem estampada a figura do Raul Seixas, e do lado ‘coroa’ tem um dedo anelar levantado, moeda chamada de "Libertadinho", você troca esses "Libertadinhos" por favores, iniciando um sistema econômico próprio.

    Provando cada vez mais que a verdadeira revolução pessoal nunca envelhece nas várias vertentes... Viva a anarquia na terceira idade e longa vida a esse meu vizinho porra louca !!!.

    Por Alfredo Guilherme 



segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

John Lennon… O cara… !!!

 


     Se John Lennon estivesse vivo hoje, podemos imaginar as palavras afiadas e melodias apaixonadas que ele dedicaria à luta contínua contra as atuais guerras. Como um artista cuja essência era impulsionada pela busca incessante por paz e justiça, sua canção seria um eco potente contra novos conflitos.

     Talvez ele nos presenteasse com uma composição que certamente seria uma nova obra-prima, nos instigando a sermos agentes de mudanças como foi em cada acorde de “Give Peace a Chance” (Dê uma chance à paz), ou “Imagine”, seriamos levados a um lugar onde a paz, não seria apenas uma palavra, jogada ao vento, mais sim uma realidade alcançável.

    Com sua voz única, Lennon poderia destacar os horrores das divisões, questionar a lógica da violência e, ao mesmo tempo, oferecer uma visão de esperança, uma visão de um mundo onde a paz é mais do que uma utopia.

    Imaginemos uma melodia pulsante, letras incisivas que desafiariam as narrativas belicosas. Lennon, com sua habilidade única de capturar literalmente o “espírito do tempo”, poderia até criar um hino para a juventude atuante, que serviria como um chamado uníssono para a mudança.

    Se estivesse entre nós, Lennon com seu legado, marcado por uma resiliência otimista, estaria persistindo protestando, ecoando a mensagem de paz. É mais do que uma ideia, é uma urgência que toda a humanidade deve abraçar. Para sermos dignos das promessas do Criador.

    Por Alfredo Guilherme 



 

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Vamos repaginar o que está por vir...



                            Queridos leitores do blog…

Nesta época de celebração e alegria, quero expressar a mais profunda gratidão por fazerem parte desse espaço cultural.

Desejo a todos vocês um Natal repleto de amor, alegria e harmonia, e que o Ano Novo traga consigo prosperidade, saúde e muitas conquistas, Que Deus nos abençoe !!!

Que as festas de fim de ano sejam um momento de união com seus entes queridos, de reflexão sobre o que passou e de esperança para repaginar o que está por vir. 

Feliz Natal e um próspero Ano Novo!

Com carinho, Alfredo Guilherme







Stand-up de Letras: “Trem de Prata”…

     


      Stan-up de Letras: “Trem de Prata”…

     E aí, pessoal! Quem já teve a brilhante ideia de trocar uma viagem de avião por uma de trem, isso nos anos 90? Pois é, eu tive! Minha namorada topou… Essa jornada inesquecível a bordo do saudoso trem, mesmo contrariando na época o conselho de muitas mães, que diziam “ Se quiser casar virgem, não faça essa viagem com o seu noivo ou namorado!”.

     Eu quis dar um toque romântico, na nossa vida amorosa, sabe como é né ? Então, lá fui eu comprar passagem do famoso ‘Trem de Prata’! Que deslizava suavemente sobre trilhos de São Paulo ao Rio de Janeiro e vise versa.

     Na época, se você quisesse viajar com requinte, o Trem de Prata era a resposta certa. Mas não querendo perder a esperança e o glamour naquela época, tínhamos que enfrentar uma fila, que entrava madrugada a fora, mas era a São Paulo da garoa, então tudo bem.

     A busca pela passagem? Era quase uma epopeia, minha gente! Mais concorrido que ingresso para Show do Elvis Presley! Aliás, imagina o Elvis cantando no Brasil, bem vai que qualquer dia destes ele marque essa turnê tão esperada, para a surpresa dos seus fãs que acreditam em Papai Noel e dizem que Elvis não morreu !!.

     Quando finalmente consegui as passagens, depois de enfrentar uma fila que parecia,  "Uma fila para governar todas as filas do mundo !". Me senti realmente vitorioso na saga da passagem !  

     Aí vem a parte boa, no dia do embarque pessoal. Imaginem, embarcar nesse cenário de luxo e charme, nos deparamos com um ambiente iluminado por lustres franceses, tapete vermelho, onde carregadores, vestidos iguais aos do filme Titanic! Trajando blazer vermelho com botões dourado, carregando nossas malas. Eu me senti o personagem Jack Dawson naquele momento, só que sem encontro marcado com o iceberg no final da viagem, graças a Deus!

      E a cabine! Uma atmosfera romântica. Pensa num espaço apertadinho. Eu, querendo surpreender a então namorada, com disposição para uma performance sexual para entrar nos anais da nossa romântica história, e a cabine tão apertada não querendo colaborar, parecia que eu ia ter que escolher entre ficar por cima ou por baixo no rala e rola !

      Mas, claro, o auge foi o jantar! Uma celebração culinária servido… Às 23:00! Pensa numa logística romântica. Piano bar, mas que beleza! Jantar à luz de velas num trem em movimento é do tipo... Clamor em última instância.

      E a volta para a cabine? A embriaguez romântica, tomava conta de mim, graças as cinco ou seis doses de uísque misturada com outras doses de “Margarita” para acompanhar preferência alcoólica da namorada... Eu já estava mais para Humphrey Bogart. Que interpretou Rick Blaine, proprietário do Rick’s Café Ameriain, no filme Casablanca. Lembro de pensar na frase que marcou um momento do filme: "O mundo está sempre três doses atrás, principalmente a gente!" Quem nunca? (Bebeu assim)

      Ah, e a descoberta das camas embutidas! "Surpresa, querida, as camas estão na parede!" Na primeira vista, aquilo, parecia mais complicado que os enigmas da Esfinge!. Achei que teria que chamar o camareiro do vagão para armar o palco para o nosso amor, mas para nossa surpresa a cama estava impecavelmente arrumada nos aguardando. 

      Terminamos a noite exaustos, enrolados nos lençóis do Trem de Prata, balançando mais que um pandeiro na mão de sambista. Com certeza já estávamos circulando pelos subúrbios cariocas cercados de cartões postais. 

      Olhei para o relógio, estava na hora do café da manhã que antecederia o nosso desembarque, carinhosamente dei um, ‘Bom dia meu amor’, ela puxou o lençol que cobria o seu rosto tão meigo, me respondeu …- Que merda amor !!, já estamos chegando ?- Amor você quer dizer que pena né, - Não, é que merda mesmo, eu não queria que essa viagem terminasse jamais!!!

      Lembrem-se, não troquem o avião pelo trem sem antes consultar primeiro a previsão do humor da namorada ao acordar !.Mesmo após uma noite intensa de amor.

      

      Mais infelizmente tempos depois....



Por Alfredo Guilherme 


Romantizando...

       


       O romantismo, qual um vento suave, começou a soprar nas páginas de poemas e obras literárias no final do século XVIII na Europa. 

       Surgiu como uma resposta ao racionalismo predominante, celebrando a emoção, a natureza e o indivíduo. 

       Dos versos apaixonados de Wordsworth às tragédias de Victor Hugo, o romantismo foi influenciando a arte, a música e os relacionamentos.

       Ao longo dos anos, o romantismo evoluiu, tomando diferentes formas em diferentes culturas. No século XIX,  chamado de século longo, devido à extensão dos seus mais de cem anos, o romantismo se misturou com o realismo, resultando em retratos mais pragmáticos dos relacionamentos. 

      No século XX, movimentos como o surrealismo adicionaram uma pitada de sonho ao romantismo.

      Hoje, no século XXI, o romantismo não é mais uma prerrogativa exclusiva da arte, é um ingrediente vital nos relacionamentos.

      Em um mundo impulsionado pela tecnologia os casais modernos vivem um romantismo multifacetado, exploram novas maneiras de expressar seu amor. 

      Encontramos romantismo nas mensagens de texto carinhosas, nos gestos espontâneos e nas pequenas surpresas do cotidiano.

      A rapidez da vida moderna pode até obscurecer a contemplação romântica. 

     Ainda assim, o romantismo persiste, metamorfoseando-se para se adequar à era moderna, perpetuando, assim, qual um vento suave, o espírito do romantismo através das eras.


Por Alfredo Guilherme


terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Transição de existência….

 


       Os encantos dourados da idade quando avança, a vida nos presenteia com um mosaico de memórias, entrelaçadas em fios dourados de experiências. Contudo, há momentos em que o esquecimento, atua como uma névoa suave, se insinua entre os recantos da mente.

       É como se a vida, com sua sabedoria peculiar, propusesse uma dança entre lembranças e lacunas. Os nomes que um dia foram instantaneamente reconhecidos agora flutuam como borboletas fugazes, escapando da rede da memória. Os rostos, antes nítidos, tornam-se pinturas impressionistas, onde a nitidez se dissolve em pinceladas suaves.

      Esses lapsos não são meras falhas, mas uma transição para uma forma diferente de existência. É a natureza tecendo uma tapeçaria complexa, onde o esquecimento não é um sinal de fraqueza, mas uma evolução delicada. São portas que se abrem para a contemplação do presente, uma dádiva que se desdobra com cada amanhecer.

      Nesses momentos, entre as sombras da memória, emerge uma serenidade singular. A vida propõe uma dança, entre recordações e esquecimentos, desafiando-nos a abraçar cada instante com gratidão. Pois, na cadência dos dias, descobrimos que o esquecimento não é uma perda, mas sim uma transformação.

     Em meio a notas suaves de nostalgia, encontramos uma beleza efêmera na fragilidade da mente. Cada lacuna é uma oportunidade para apreciar o presente com olhos renovados, para saborear os pequenos prazeres que se desdobram diante de nós. Assim, com a idade avançada, a vida nos convida a dançar na penumbra entre o lembrar e o esquecer, descobrindo que, no ritmo dessa dança, há uma poesia única de viver.


      Por Alfredo Guilherme 



sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Ao ritmo do amor…'Punk-Rock'

      

      No "mosh pit" do amor, é a gente se jogando de cabeça na batida frenética da paixão.
      Nesse rolê maluco da vida, somos uma banda improvável que se encontra nos acordes caóticos do destino. 

      Nosso amor tem o "riff" mais intenso, na sequência repetitiva de afeto e carinho, em uma explosão de tesão que reverbera em meio ao caos ensurdecedor da identidade dessa paixão.

      Esse amor 'punk' não é um qualquer, é aquele que sobe o som que faz o coração pulsar mais rápido, fazendo a adrenalina correr solta em nossos corpos nus.

      Entre as tretas e o momentos épicos, construímos nossa própria subcultura romântica. 

      As risadas são nossos “stage dives”, pulando de emoção em emoção, em nossos braços sedentos de desejos.

      Em uma cena onde a normalidade é coisa do passado, abraçamos o absurdo e fazemos do nosso amor uma tatuagem estampada no peito.

      Que a loucura desse amor continue,eternamente e os acordes das musicas não parem, e a energia tem que ser 'punk' com uma trilha sonora insana desse amor louco desejosamente selvagem. 

       Porque, afinal, no apego do amor, a gente se joga de cabeça curtindo a vibe de um amor, 'punk-rock' na veia.

    Por Alfredo Guilherme