Vocês já ouviram falar de algum aposentado que ganhando só um salário mínimo e um dia de saco cheio, pensou, quer saber ?, que se dane, "Por que não ser um anarquista da terceira idade?". Esse cara existe ele é meu vizinho. Agora sente a resenha do cidadão.
Ele chegou no banco e disse, 'Vim cancelar da minha conta os cartões de crédito. Quero resgatar o cinquentinha da poupança, que está um bom tempo com vocês só rendeu vinte e cinco centavos. Quem precisa de um sistema bancário? Eu sou meu próprio banco agora. Podem me chamar de “Senhor Bitcoin da Vila !!!”. O gerente ficou confuso, mas ele estava lá, com seu novo visual, todo de roupa preta fazendo a sua revolução partidária.
E sobre as contas a pagar ?. Ah, ele decidiu organizar um protesto contra as contas a pagar. Chega de opressão! “Vou libertar as contas da tirania mensal!' A concessionária de água ficou “P” da vida com o nosso aposentado anarquista por ele ter instalado um sistema de coleta da água da chuva no quintal, se sentiu confortável e saiu gritando 'Vizinhos vai chover liberdade, agora !!!'
Mas não para por aí. Ele se tornou um expert no ‘Escambo Moderno’. Aceitou trocar as porcelanas da vovó, em troca de uns pacotes de pão de forma, só porque não ficam duro no dia seguinte ?'. Os vizinhos já não sabem se devem chamar a polícia ou pedir um autógrafo do novo líder revolucionário do bairro. Ou partir para ser mais um membro autônomo dessa comunidade igualitária.'
Estão todos perplexos. Ele pintou a casa de cores psicodélicas, colocou uma bandeira com o símbolo da anarquia no meio do jardim, e ninguém ousa pedir que ele corte a grama, ou pode a árvore que já está com os galhos cobrindo a metade do telhado do vizinho. Ele é o rebelde da rua, o "Che Guevara" dos aposentados do bairro.
Ele organiza churrascos sem convite, mas você só vai saber que foi convidado quando o cheiro do churrasco invadir sua casa. É a "Festa do Churrasco Surpresa da Revolução". E tudo mais é na base da revolta culinária.
No final, esse meu querido vizinho, viúvo sem filhos, aposentado sem governo e anarquista nos ensina que, às vezes, a verdadeira revolução acontece quando decidimos não nos conformar com as regras chatas da vida. Quem disse que aposentadoria não pode ser uma aventura anarquista? Afinal, ele não tem luxo, mas tem liberdade, e isso é o suficiente para fazer suas revoluções pessoais na melhor idade!"
Por Alfredo Guilherme
(Segunda parte)
Passado já algum tempo...
Desde que meu vizinho se tornou o anarquista da terceira idade, sua vida se transformou em uma série de aventuras excêntricas e hilárias. Depois de autodeclarar-se o "Senhor Bitcoin da Vila" e liderar um protesto contra as contas a pagar, ele continuou a desafiar as normas com uma dose extra de humor e rebeldia.
Decidindo que não precisava mais usar um celular, ele optou por usar pombos-correios, como seu novo meio de comunicação "anti-establishment". Uma atitude de oposição para desafiar o sistema e as instituições.
Agora, toda vez que você vê um bando de pombos voando, na direção da sua casa, pode apostar que uma mensagem revolucionária está a caminho.
Desafiando o transporte público, meu vizinho anarquista, percorre o bairro em seu "cavalo de pedal" uma bicicleta personalizada decorada com as cores da anarquia com luzes piscantes e um alto-falante que toca músicas de protesto impactantes do período anos 60, com Bob Dylan, Sam Cooke. Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Caetano Veloso, e outros. Claramente ele se tornou na figura excêntrica das ciclovias do bairro.
Para desafiar ainda mais o sistema de transporte convencional, a noite troca as pedaladas, pela "prancha de skate" motorizada, distribuindo panfletos "Pela Liberdade nas Rodas!".
Além disso, ele inaugurou na edícula no fundo do seu quintal, a "Escola da Revolução", onde ministra palestras sobre vários tópicos, "Como Sobreviver ao Apocalipse com Estilo", "Como Sobreviver Ganhando um Salário Mínimo sem fazer Empréstimo Consignado" e com mais estilo ainda ensinar o tempo perfeito para apertar o "Botão do Foda-se". As palestras são uma verdadeira aula de "Desobediência Civil Criativa", e de maneira lúdica e inovadora, organiza um evento chamado "Poesia da Revolta", onde a rima é a arma mais afiada.
Muitos vizinhos que inicialmente ficavam perplexos, agora fazem fila para se iscreverem em suas aulas, ansiosos por aprender as artes da rebeldia geriátrica anarquista.
Sua última empreitada foi transformar parte do seu jardim no refúgio de "Horticultura Subversiva", plantando legumes e verduras de forma totalmente anárquica, onde ele rega a horta à vontade, cortesia do "gato" que fez na calada da noite no medidor da água.
Ele até organizou uma colheita coletiva, convidando todos os vizinhos a participarem e levarem para casa uma porção de "liberdade fresquinha".
Meu vizinho, o "Che Guevara" dos aposentados, continua a provar a cada dia, surpreendendo a todos com suas façanhas rebeldes, uma delas, eu quase ia esquecendo de contar, ele introduziu na vizinhança a "Moeda Alternativa", do lado ‘cara’ da moeda tem estampada a figura do Raul Seixas, e do lado ‘coroa’ tem um dedo anelar levantado, moeda chamada de "Libertadinho", você troca esses "Libertadinhos" por favores, iniciando um sistema econômico próprio.
Provando cada vez mais que a verdadeira revolução pessoal nunca envelhece nas várias vertentes... Viva a anarquia na terceira idade e longa vida a esse meu vizinho porra louca !!!.
Por Alfredo Guilherme