quarta-feira, 26 de junho de 2019

Eis a questão...

 

        Sou nefelibata, soníloquo, e tenho a leve impressão...
        Que também sou nas horas de folga, da responsabilidade.
        Um eterno utópico sonhador.

        Tento viver e buscar a paz, mas é difícil.
        Tentam me colocar como autor do pleonasmo:
         “Se não for pra gozar com amor, não tem graça”.

         Se você já passou na minha vida, mas ao lado dela.
         Você... Não virou uma história de nós dois.
         Certas pessoas nunca deveriam fazer parte de nossas vida.

         Eu gostaria de ser mais iluminado, mas não sou.
         Em compensação, sou muito prático e básico.

         Não engulo essa...
         "Que seja eterno enquanto dure"...
         Porra, que merda que vai ser essa relação então ?
         Se não sentir a dor na separação...
         Então não existiu amor seguido de tesão.

         Eu sou assim...
         Difícil de se dar conta.
         Mas eu tenho tantas opções que você nem pode imaginar.

         Jamais tente me diminuir, ou me cortar pela raíz.
         Porque sou fortificado...
         Sou afro-latino, ou se preferir afrodescendente.

         Sempre existiram grandes vozes dentro de mim.
         Uma delas, sempre, bate forte no racismo.


terça-feira, 11 de junho de 2019

Nessa barraca...




         Que bom seria...
         Poder comprar os nossos sonhos.
         Faríamos uma surpresa.
         Para o nosso momento depre...

         E nos sonhos...
         Poder gritar bem alto.
         Para alguém...
         Que temos dentro do coração... 
         Eu Te amo... !!
         Mas, sem despertar...
         Dos sonhos divinos os anjos.

         Poder caminhar de mãos dadas.
         Com quem não faz parte mais da nossa vida.

         Correr na chuva.
         Encharcados...
         Ter a certeza juntos...
         De que lavamos a alma.
         
         No frescor da manhã.
         Despertar no calor do corpo amado.
         Ainda exalando tesão e desejos.
         Não se importando quando e onde.

         E se o frio gelar a noite.
         Entrelaçar as pernas.
         E no abraço, penetrar fundo no prazer.

         Que bom... 
         Termos esses e outros tantos infinitos motivos.
         Para sonhar... 
         Na criança que somos.
         Independente da nossa idade.
         Poder ainda girar...
         No carrossel da felicidade.




sexta-feira, 7 de junho de 2019

São muitas, e não são poucas não...


Título: O bom da vida aconteceu...
 Texto: Lu Melinda

         Tudo bem, a gente diz que quando se está conhecendo alguém, não é relevante discutimos relações passadas.
         Pois a paisagem está se abrindo na nossa frente... 

         Você com certeza quer fazer parte desse cenário.

         Sou inter-racial, uma senhora branca de descendência italiana andando por essa cidade de São Paulo que acolheu os meus avós imigrantes com muito amor, e com esse mesmo amor eu ando com a linda negritude do meu namorado
         Me sentindo uma unificadora das raças, uma princesa de contos de fada, toda feliz da vida.

         Quando eu conheci Fernando, o que me atraiu nele foi o quão somos parecidos nos gostos e no sentido da vida.

         Eu devo ter ficado cega pelo amor, não faltou em nós os sinais óbvios que apontavam para um relacionamento livre de dúvidas, para isso usamos as nossas afinidades.

         Eu tive um vislumbre no inicio dessa relação.
         Algo muito superior que eu não encontrei explicação.

         Como a classe social não deve e não pode ser colocada como obstáculo é óbvio que eu me tornei hiper consciente de como isso poderia  impactar a nossa relação.

         Todas as preocupações desapareceram pois aprendemos como entendê-las e apreciá-las, apaixonada e apaixonado nos conectamos.        
         Observando o mundo melhor e com mais fascínio pela vida.

         Com esse homem fazendo parte do meu cotidiano.
         Sexo amor e afeição em uma só  verdade sendo ela absoluta.

         Hoje estamos juntos e com muita preguiça de que o dia acabe e a noite termine.

         Não me nego, me preparo para servi-lo como mulher, esposa e companheira nessa nossa jornada da vida.

       Aja fôlego !!...

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Título: Sacudiu tudo...
 Texto: Helinho Conte

       Em um clima livre de amor, entre uma praia e outra eu me despi de outras relações para viver a minha terceira paixão e a definitiva.

       E foi assim no vaivém do forró eu percebi que ali eu poderia ser feliz.
       A sanfona gemendo, e a poeira subindo colando no suor no meu corpo descendo em bicas... 

       Na batida da zabumba eu me deparei com a morenice sensual de Vilma, com seus longos cabelos negros, mas o que me encantou, foi o seu requebrado com a sua cintura remexendo dando um ritmo a sua opulenta bunda... Se você preferir glúteo dançante.

       Eu tive que escolher naquele primeiro momento entre fazer amor ou dançar.
       Eu escolhi dançar.

       Dançar é se inspirar, existir, se conectar com o íntimo da parceira no calor do rosto rosando com o corpo colado.

       Tive acesso a intimidade do corpo dela através da música.
       Aconteceu um aperitivo com fortes doses de tesão, que finalizou no enrosco dos nossos corpos nus, na noite que estava por vir.

       A vitrola na minha casa sempre rolou muito vinil de xaxado e baião, na minha infância meus país idolatravam o mestre Luiz Gonzaga.

       Confesso que me apaixonei pela figura do rei do baião com seu chapéu de couro.
       Uma mistura de alegria, sofrimento do sertão árido do Nordeste.

       E pela Vilma que me sacudiu com tudo, para amor...


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Muitas vezes nos perdemos no tédio da repetição de quem somos, consumidos pelo estresse de buscarmos o amor... Em alguém que substitua quem sabe, o que imaginávamos ser insubstituível.

             Alfredo Guilherme