terça-feira, 30 de junho de 2020

Hoje...


          Realmente andar hoje pelas ruas é literalmente ‘ler o ar’, entender o que está acontecendo e ficar sem palavras, é como eu estou definindo esse momento.


          Em casa podemos sim imaginar iluminadas vitrines em tons de pink, entre balões coloridos, caixas de chocolates adornadas por laços vermelhos e nelas impressas palavras como  "Eu te amo" em letras, garrafais.

          Você pode até imaginar que poderia estar se misturando a um certo ponto da noite, entre quatro paredes estranhas as suas da sua casa, sentindo um perfume artificial de higienização em um quarto de Motel, mas o odor natural do corpo após o sexo esse sim é natural e te leva novamente ao prazer.

          Em meio a toda essa atmosfera imaginária, cor-de-rosa, sentir que o amor está impregnado no ar, é bom demais, você sente que não pode perder um segundo desse clima de tesão.
          Se entregar ao romantismo e ao sexo na atual conjuntura solitária não é um bicho de sete cabeças..

          Chegar ao êxtase mesmo solitariamente não é um fenômeno, e mais velho que andar a pé.

          Temos conhecimento que uma certa Dama da Corte portuguesa já fazia isso com o cabo roliço da escova de cabelo, toda banhada em ouro, essa nobre atitude nada mais é que o pretérito perfeito na ação.

          O amor é um jogo...

          Mas ele fica sem vencedor quando estamos na cama com a pessoa amada, há uma série de regras não ditas mas imaginárias todas as vezes a serem quebradas.

          O importante é estar ao lado de quem amamos sempre, caso contrário, é perda de tempo.

          Alternativas, mais adaptadas à esse contexto é curtir em um webnamoro bem apimentado cheio de palavras doces e palavrões, gemidos, sussurros nobres incentivadores do tesão até ele ser total.

          Bem, continuem ficando em casa, se cuidando, mas não deixe de fazer isso, continue dedicando aos hobbies e se gostam da liberdade, tente administrar seu tempo de uma forma prazerosa, já dei a dica...

         Só não vale, ficar vivendo essa fase do luto, da negação à aceitação a liberdade.

         Assim... Quem vai dizer, afinal, que é impossível ser feliz sozinho? Quem, QUEM !!!!






quarta-feira, 24 de junho de 2020

Amarga realidade...


          Até hoje não consegui interpretar, se estou vivendo em isolamento, confinamento, distanciamento ou se é uma provação!

          Mas o que mais me incomoda... "Ficar em casa"

          Tenho me esforçado para aceitar este comando severo, isto pesa muito!

          Estou cumprindo uma rotina diária que tive de adaptar.

          Creio que este Vírus chegou para fazer que somos capazes de prestar atenção nos mais simples

detalhes, como respiramos,nossa assepsia, como higienizamos nosso entorno,lembrar de fatos e emoções que ocorreram e ficaram esquecidos.

         Também perceber que podemos viver com menos de tudo aquilo que acumulamos... Roupas, calçados e por aí a fora.
          Juntei algumas destas coisas, mais uma cesta de alimentos e fui até uma rua que há uns quatorze anos atrás era meu caminho para o local de trabalho, e por ser razoável perto muitas vezes eu fazia o trajeto à pé.
          Eis que um dia,consegui tropeçar e arrebentar a sandália e fiquei com dificuldades para caminhar.
          Neste dia tive uma prova de solidariedade, que jamais poderá cair no esquecimento.
          Ocorreu em frente uma casa humilde, que foi presenciado por uma senhora(Cida) e seus dois filhos(Wilson e William)
          Aquela senhora me ofereceu seus chinelos e ainda pediu ao William que levasse o calçado para consertar no sapateiro e depois devolvesse no meu local de trabalho.
           Muita emoção naquele momento, não quiseram aceitar nenhum pagamento que lhes ofereci.
           Depois de muito tempo que não passava por ali, me surpreendi fui recebida pelo William que já chamou a família falando meu nome... Muito gratificante!
            Em pouco tempo soube da situação... Todos passando necessidades e desempregados!
            William, esposa, filho e Wilson com a noiva grávida todos morando ali.
            A Cida sub-nutrida e dizendo estar feliz por minha presença, lamentando não poder me abraçar.
            Engoli seco minhas lágrimas, fiquei o menos tempo possível porque eu iria desabar a qualquer momento.
            Entreguei minha pequena contribuição, saí com promessa para mim mesma...

           "Enquanto eu puder vou colaborar com esta família que faz parte da minha história, da minha vida".



quarta-feira, 17 de junho de 2020

PaPo CaSuAl....


           Deixei de ser um anjo me perdi na lambança quando comecei ainda a dar os primeiros passos  com as pernas que mais pareciam um arco, e já fui logo começando a falar palavrão que é coisa de brasileiro.                   
         Repetindo feito a um papagaio mesmo faltando ou errando letras eu falava "tuta meda",  essa era a minha favorita entre outras, principalmente quando a bola jogada na minha direção passava por entre as minhas pernas tortas.
            Puta merda, foi um ensinamento afetivo verbal e casual do meu padrinho, eu ainda uma inocente criança, que um dia sem perceber, deixei de ser um anjinho, e como dizia Leila Diniz,  "Homem tem que ser durão" 
           Mas...
           A vida me deu um presente divino chegar na minha idade driblando a questão do envelhecimento.
           O que pega pesado em muitas outras pessoas.

           Eu tenho que aproveitar o tempo que eu agora tenho para fazer uma gama de personagens nessa pandemia, como artista plástico deslizando o pincel nas tintas na tela, bibliófilo lendo uma boa quantidade de livros, cinéfilo vendo e comentando filmes com os amigos confinados, e ainda como escritor me expressando por meio de textos para o blogger.

          Nesse período a gente precisa fortalecer a saúde mental e física, comendo em demasia alta guloseimas, pois ai pinta a barriguinha que insiste em ficar proeminente aos olhos de quem nos vê com deboche.
          Na verdade nada mais é que um sensual "calo sexual" que adquirimos durante muitos anos de muito chamego e cafuné.

           Nunca pintei o cabelo a cada mini branquinho que surgia, eu sempre ia encarando na boa, e no melhor de mim descobri também barba não está tão grisalha assim.
           Não sei porque eu insistia tanto em fazer a barba quase que diariamente, sendo que ela nem fica tão branca assim... Deixei o cavanhaque crescer, o cabelo já está ficando tipo black power, já me preparando para de punho serrado quando acabar esse confinamento ir na passeata contra o racismo, assim vou encarando sem desespero que eu estou envelhecendo e vivendo a vida.

           Tudo isso é muito louco. 
           Acho que isso não vai mudar mesmo depois da quarentena.                   
           Entendi que não preciso estar sempre com cabelo e a barba feita.
          Era uma coisa meio robótica.

          Entendi que não estou feio por não estar fazendo isso.
          Me olho no espelho e me reconheço.
          Vou me permitir me conhecer.

         Já fiz promessa: só volto a cortar a barba e o cabelo, de novo quando existir uma vacina para a Covid-19. .. Um abraço virtual e carinhoso a todos que me acompanham no blog... 




quarta-feira, 10 de junho de 2020

Está acontecendo...

      
        Não tem como negar...

 As pessoas mais frágeis se aprumam muito nesse momento, mas precisam promover suas autonomias, inclusive a digital e virtual, se você é uma dessas pessoas.

       Que apesar do isolamento você ainda está frequentemente relacionado à ideia de tédio, a uma situação incontrolável, tendo uma forte sensação de novidade e imprevisibilidade.
       Onde o contexto ainda está sendo absorvido.
       Você já se fodeu, procure ajuda médica... Está sofrendo de "Cagaço Temporário"... Esse também é um vírus...

       O outro veio e mudou o nosso cotidiano, transformou os regramentos e impactou as relações até as mais intimas.
       Tem muita gente se separando, de combinados que evoluem ou são desfeitos.
       É muita novidade intersubjetiva ao mesmo tempo para cabeça de uma pessoa.

       Pode acontecer nesse ínterim o reforço das práticas de tratamento selvagem, drogas, bebidas, remédios para dormir, métodos insanos que as pessoas inventam para tratar o sofrimento, e a falta de sexo esse muito eficaz contra depressão e contra a ansiedade.

       Fracassamos miseravelmente, será?
       Do nada, tudo virou de ponta cabeça...
       Você não deve e nem pode viver em um estado de angústia prévia deve sim experimentar uma quebra em seus mundos.
       Variando essa expectativa ansiosa para outra de felicidade que teve na sua vida antes que ela fosse impactada com o terror externo.

       Isso nos faz lembrar que existe algo que vai além do 'eu' e de imagens negativas nos espelhos.

      Um inimigo real, está aí o vírus, mas o amor, e o sexo intimo, virtual ou físico, podem te dar o relaxamento necessário, fazendo sossegar os inimigos imaginários, mesmo que por pouco tempo.
      O bom é que uma simples ligação com o externo pode te renovar nesse relaxamento.


quarta-feira, 3 de junho de 2020