Texto Casual...
Viajar de avião sempre é algo
maravilhoso! Chegar a São Paulo, depois de um tempo fora, estão nem se fala,
sentir aquele cheiro de gasolina queimada, o ronco das motos e a visão grotesca de
carros amontoados no trânsito e todo aquele povaréu me emocionou demais, ao ponto de lágrimas descerem em meu rosto.
De repente, lá estava eu com os olhos
cheio de lágrimas, parecendo um bobo, na janela do carro.
Minha amada e odiada cidade, onde nasci,
sofri, cresci e hoje eu só quis andar, ver o centro da cidade por dentro,
talvez somente para conferir se tudo continuava no lugar.
Quando
entrei nas ruas centrais, me assustei. Abriu o sinal e lá veio aquela multidão
apressada para cima de mim. Eu, em minha ansiedade, fechei a cara e a encarei
quase como um touro bravo, essa mesma cara usamos também aqui para entrar e
sair na Estação Sé do Metrô.
Tentei abrir
caminho na marra. Era como uma mata fechada: faziam que eu andasse para trás ou
ficasse de lado para abrir caminho para os outros passarem.
Andei o
Viaduto do Chá... Que pena não existe mais o Mappin o nosso magazine, tentei um
sorriso, e manter a simpatia, no meio da rua, na verdade eu já estava entrando
em paranoia de perseguição, com tanta gente mau encarada sentada nas escadarias
do Teatro Municipal.
E fui
passeando aos poucos. Demorei mais de uma hora para andar da Praça Ramos de
Azevedo à avenida Ipiranga. Cerca de poucos metros apenas eu estava na Praça da
República.
E rever a
mais famosa esquina do Brasil, Ipiranga com Av. São João foi emocionante.
Caetano Veloso até que tentou poetizar essa famosa esquina, conseguiu à moda dele, mas quem é paulistano é apaixonado mesmo pela malandreada e boemia letra de "Ronda" de Paulo Vansolini na voz impecável da cantora Márcia.
Eu havia
perdido as relações que me conectavam com essa cidade.
Desenvolvemos, sem
perceber, um direcionamento automático em ruas intransitáveis. Só assim são
possíveis esses congestionamentos gigantescos de carros nas grandes capitais,
sem acidentes.
Atravessamos multidões quando conectados à
cultura geral.
Há até o aplicativo Waze que nos indicam os caminhos melhores e mais
livres, pelo celular.
Isso, para mim, é uma clara demonstração de que fomos
feitos para conviver em sociedades comunitárias.
Nós nos adaptamos muito
rapidamente às condições do outro e do mundo em que vivemos. E esse é o nosso
maior trunfo.
Tudo o que você imagina de bom e moderno existe nesta cidade.
São Paulo, vou dizer... Você é foda... !!