terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Mais se…

 


     Temos apesar da idade, a cada ano após o nosso aniversário, um novo capítulo pela frente, o meu vem sempre repleto de saudades, aí eu fico imaginando como seria o de outras pessoas esse capítulo? 

       O destino, não sei ao certo mais por muitas vezes pode nos levar as piores ações ante conjugais, e com isso acabamos tropeçando na covardia de tanta resistência vinda da nossa parte, mas será que tudo isso importa depois de um certo tempo?. O melhor é permanecemos na Vibe do que terá que ser será. Uma coisa é certa mesmo vivendo outras vidas separadas, mentes e corpos que erraram, se fazem apaixonar de amor por amor. Assim dizem os Poetas que usam e fazem desuso de papéis até que tenham o final de um poema. Na vida somos poetas emocionalmente assim dizendo, tentando escrever sempre um final feliz sem o desassossego de ressentimentos. 

      Diante disso, amanhecemos na utopia descortinada de que a felicidade pode nos banhar de águas claras e brisas impassíveis. É fato... Amantes se desarmam, ao despejar algumas lágrimas em troca de algumas boas lembranças. 

     O nosso corpo é elástico e achamos que é irrompível, mas o tempo de vida é um navio carregado com os nossos diversos momentos, que navega entre grandes ondas em um mar bravio, e se um dia vier a naufragar o que é absolutamente inaceitável por nós, teremos sim um voo de pássaro na fé, pairando em algum canto maravilha, sobre o olhar do Senhor… É nisso que eu acredito....Esse texto é apenas um momento de reflexão…

      Hoje eu acredito que o amor é o resultado de uma grande explosão cósmica de sentimentos dando origem para se formar uma magnífica lua. Pode até ser improvável, mas ela flutua solitária em nossa órbita cósmica. 

Por Alfredo Guilherme



segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Feliz ano novo…!!!!


 Alfredo Guilherme….

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

AmOrEs...



Por : Marta Solyszko


       De amores vividos, ou não.


      

      Desde cedo ela se apaixonou pelos homens, primeiro foi por um primo de quem ela ouviu que tinha o queixo da Grace Kelly;...  Depois pelo outro primo, boiadeiro, com quem ela sonhou que podia cavalgar por estradas e pastos, cabelos ao vento, em noites de lua nova, cheia, ou minguante, não importava muito o clarão da lua. Não chegou a sair da varanda de casa;...  Em seguida por um menino que vinha passar as férias na casa da avó e era doce a espera de onze meses em troca de quase nada; ... Aí veio aquele que estudava para enviar telegramas e desse ganhou um raminho de flores de laranjeira guardado dentro de um caderno qualquer até que se fez pó;...  Então veio o que se preparava para ser dentista e de longe o namorava sem que ele soubesse sua presença em todos os dias da semana. Dele ouviu a voz apenas uma vez numa noite de passagem de ano quando ela telefonou engasgada só pra dizer, Feliz Ano Novo!;...  Afinal chegou um concreto, de abraços e beijos múltiplos prometendo amá-la para sempre. Quase foi para sempre e nem sempre foram beijos e abraços. Sua ausência doeu quase que pra sempre e dele restou um pouco mais que lembranças de dias bons e outros nem tanto assim;...  Ainda um outro que a socorreu quando aprendendo a dirigir derrubou o muro da própria casa. Esse foi estranho e em pouco tempo trocou as roupas de príncipe, pelas de sapo e de tão concreto lhe fez doer a alma e o corpo deixando marcas de um tempo de violências em palavras ditas, em silêncios e ausências carecendo de presença quiçá de afetoQuando se fez presente deixou-lhe sementes que não puderam nascer, muito menos crescer e florescer. Foi um tempo de tristeza e dor;... Antes ainda, chegaram outros, o que segurou sua mão estendidos na areia da praia e juntos buscaram estrelas em uma noite de verão e aquele que roubado da amiga teve gosto de culpa e quero mais;...  E houve mais por um bom tempo;...  E outro ainda que antes do amor fumava um cachimbo ao som do Joe Cocker, You are so Beautiful. Sem explicação, logo de trocou-a por outras;...  E um e outro sem graça e sem paixão num sábado de solidão ou num domingo de chuva;...  Também um que prometeu muito afeto, pediu um dinheiro emprestado e lhe deu uma panela de presente de natal!;... Teve um que de tão proibido só deixou de lembrança a lateral amassada dos carros que se enroscaram na hora do adeus;... Também um que chorava uma namorada que não conseguia esquecer;... Teve um estudante que não sabia fazer amor e outro com beijo lembrando chiclete mascado;... Um outro que lhe ofereceu trocar todas as cortinas da sua casa, ela só aceitou um ramo de flores e uma caixa de bombons;... Aquele ainda, que na praia a noite depois de uma marijuana queria que juntos gritassem palavrões ao vento. Esse também se ofereceu para levá-la a um encontro para sexo grupal. Não aceitou e o amor que era pouco se acabou;...  Aí veio aquele como se cantava então “O maior dos meus casos, de todos os abraços o que nunca esqueci”. Durou pouco e só pra ela foi uma história de amor. História? Quem sabe foi mesmo. Um pouco pequena talvez, feita de instantes, horas curtas e poucas semanas. Ainda assim uma história. Desse a lembrança dos beijos vem misturada a um gosto de gim com tônica, o abraço, as conversas ainda moram numa caixinha da memória, os versos num envelope esfiapado e o tempo brinca de apagar e depois soprar umas brasinhas que podem nem precisar de muito vento pra virar uma fogueira. São apenas lembranças vividas com doçura pela noite e com assombro a cada nova manhã; ... Por fim...

      Um, que além de lágrimas trouxe risos, sustos, raiva, surpresas, esperanças, muita aventura, medo e extensões de vida. Esse durou muitos verões, esfriou em mais de um inverno, refloriu em algumas primaveras e se arrastou morno e caído por diversos outonos. Tudo caminhava pra ser o derradeiro, sem mais surpresas além de rugas tecidas enquanto dormiam, num arrastar de chinelos a contar dias e meses pra mudança do calendárioQuase sem sonhos possíveis e costurando os fios das memórias faziam projetos de caminhar juntos, de mãos dadas, falando de um tempo que não aconteceu, ou de um sonho que não sobreviveu. 

     Apoiados cada qual na sua bengala...









 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Um conto... Dança de salão...

 


            Rio de Janeiro, noite agradabilíssima neste começo de verão, bem, mas isso não é mais novidade para os cariocas. Dizem até que em noites enluaradas, se você tiver uns pixolés, no bolso pra gastar, e ficar em casa...  Tu virás lobisomem, o que é improvável... né... 

           E foi em uma destas noites quentes de Verão… Quando o ambiente no ponto de encontro para dança de salão na antiga Gafieira Estudantina, tudo estava musicalmente perfeito, com os casais que romanticamente dançavam um delicioso e nostálgico bolero, ao som da famosa Orquestra Tabajara... Aconteceu… um gaiato no salão chamou atenção de todos os casais 

            A dúvida foi só…um espirro ? 😬...
            Não, foi sim um, senhor espirro !!!... 

            E foi escandaloso, diga-se de passagem... Mas o que impressionou foi a pressão fora do comum das narinas do "gaiato" de onde saiu uma grande quantidade de micro-gotículas-bacterianas...  Só mesmo comparável a uma noite de garoa, no inverno paulistano.

            E não é que esse gaiato tinha nome e RG, de boêmio profissional, Rubinho, esse é o nome da criatura, passista da Estácio de Sá, nunca fez nada na vida a não ser dançar pelas noites cariocas, criado no Méier, ele mesmo se gabaritou como professor de dança de salão e acabou ficando mais conhecido do que cachaça no “metiê boêmio carioca”.

           Mas, naquela noite, com aquele “espirro”, ele ficou famoso por escorregar literalmente na parafina. E no bom sentido, até no, dois pra lá e um pra cá. Violando o respeitado "Estatuto da Gafieira" no Código Etiqueta, parágrafo 5, que diz: "Respeitar os limites com segurança de quem dança ao seu lado". E com agravante de ignorar as recomendações das Autoridades da Saúde, espirrar ou tossir, dançando em uma seleção musical no salão.

           Não deu outra… E foi um bafafá da porra!!!... Que desencadeou o  pânico geral, no final, em poucos minutos era saltos de sapatos quebrados, espalhados no salão, mesas fora de lugar, garrafas, e copos e cadeiras espalhadas pelo chão, até a Mulata Babi, Crooner da orquestra em pânico desceu escorregando com o seu avantajado bundão pela escada de saída indo parar já na calçada do lado de fora... Imaginem a cena... A coisa não podia ter ficado pior, mas ficou...

            Tudo porque alguém lembrou em voz alta no momento do espirro, e diante da ameaça do mortal vírus, Ling-Ling, o Coronavírus, que na ocasião já estava desembarcando livremente nos aeroportos brasileiros, e o safado lá em Brasília dizendo que era só uma gripinha…

            Justamente naquela noite eram na maioria idosos no salão, festejando os quase 100 anos do mais antigo frequentador da casa Sr. Lindolfo, que deu os primeiros passos de dança com a pioneira professora de dança de salão, a Senhora Maria Antonietta, isso lá no final dos anos 40. 

            Bem, os fatos seguintes são recorrentes com a dança…

            Silvana, adora o glamour do seu bairro, nasceu em berço de ouro e vive no bairro de Ipanema, que até hoje ainda idolatram a Garota de Ipanema, Silvana não deixou por menos a traição do marido Tavares, que usa uma tornozeleira eletrônica gentilmente cedido por um órgão público de segurança, depois disso tudo começou a desmoronar vindo à tona amantes e mais amantes uma delas ganhou com uma só trepada um carro okm e pra completar uma viagem com ele de 20 dias na França... Porraaaa !!!! A Silvana se embucetou... Botou o seu corpitcho bem sarado a serviço da safadeza, e por sinal ela não sabia o que vestir neste crucial momento pois nunca havia se vestido para trair o marido, e a ocasião não estava para rubis e diamantes... Mas ela teve um lampejo de astúcia. Safadamente embrulhou toda a sua gostosura em um minúsculo biquíni branco esquecendo até do adorno bovino na cabeça que ela acabava de ganhar do safado do marido. 

            Depois de rebolar por mais de quatro horas pelas areias de Copacabana, voltou frustrada para o seu apartamento por não ter dado em nada esse passeio de paquera, mas nem tudo pode só dar errado nessa vida, a noite ela recebeu um convite de uma amiga para participar de um sarau de poesia na praia, e foi nessa noite que ela conheceu um dos participantes que depois de ler uma poesia com uma voz de locutor de rádio F.M, fixou o olhar nela deu um gostoso sorriso, sentou ao seu lado, bastou poucos minutos de bate papo para ela se sentir atraída pela Vibe do astral do Gustavo, os dois se equilibram em uma energia muito forte, Silvana mesmo percebendo a diferença social entre os dois, não se deixou influenciar, estava nascendo ali um sentimento chamado amor, que ela tanto almejava, não titubeou, se entregou de corpo e alma e a periquita traída neste amor.    

            Hoje ela não quer mais ficar de fora da receita de sexualidade feminina que ela assumiu. Desnuda de vergonha ela nem disfarça, para as fugidinhas, ou escapadinhas estratégicas para usar todos os hormônios nessa receita sexual de imenso prazer ao lado do Gustavo, usa desculpas já manjadas de dentista, cabeleireiro, e compras no shopping e chá da tarde com as amigas, passa boa parte do dia trocando mensagens amorosas com seu amado. Adora frequentar a famosa casa de samba "Cariocando" no Catete, nas noites de apresentação de artistas de primeira linha, como Selma Rios, Guacira, Cátia Maria, Dil Mendonça, Gina Teixeira, Mário e tantos outros.

            E quando chega na sexta-feira, Silvana dá um perdido total no marido, só pra dar um confere lá na gafieira, rebolando e quebrando as cadeiras no salão… Tendo a condução na dança das mãos firmes do Gustavo, com muita malícia, ela chega a ficar colada no corpo quente de 1.85 de altura e de pura melanina acentuada de sedução do Gustavo, como ele também é conhecido na ala dos passistas da Vila Isabel...
            Onde lá na escola de samba, já tem muita mulher com um ciúmes danado, querendo colocar o nome dela, na boca do sapo.  

            Só que aí, nesse ínterim, rola o maior fuzuê, quando ela chega em casa, por  não atender as ligações do marido, ela diz que é só pra ele lembrar do abacaxi que ele se meteu pela traição conjugal.

            Silvana e Gustavo estavam juntos nessa fatídica noite dançante, do famoso "espirro", eles conseguiram fugir a tempo de uma possível contaminação bacteriana, Gustavo já estava achando ridículo morrer por causa de um espirro.  Aliviados, decidiram selar de vez essa união, partindo sem rumo definido para esticarem a noite juntos.

             Estavam vivendo o melhor momento de suas vidas, ela se sentindo a mulher mais amada da cidade do Rio de Janeiro...  Eternizaram essa noite entre beijos e abraços, sugados por esse amor, transbordaram de tesão, noite a fora, trocando de posições em cada gozo de intenso prazer.

             Silvana se sentiu uma personagem devassa da literatura, mas sexualmente viva, como pediria em uma de suas escritas o romancista Nelson Rodrigues, para um dos seus famosos livros. 

             E com essa tirada, ela percebeu que podia morder mais do que podia mastigar, se superando como mulher, ao levantar-se da cama pra se refrescar na banheira do Motel, gritou bem alto... 

             - Agora eu sei !!!

             - O que é ser feliz, seu... Cornoooo !!!! ...Adivinha pra quem foi esse sonoro grito de liberdade?...

             E se vocês quiserem saber... Silvana e Gustavo até hoje ainda se contaminam de amor quando as luzes se apagam, e quando também estão acesas, pelos bailes da vida...  


Texto Alfredo Guilherme

 



Com carinho um....

 


quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Livro…


 


quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Da janela eu vejo o Pão 🍞 de Açúcar


        Só não vejo o Corcovado, mas sinto a emergia, lá é o ponto que contém todos os pontos do universo. 

       Perguntaram para o filósofo Albert Einstein, se ele acreditava em Deus, ele respondeu que sim, e que ele acreditava, porém no Deus do “Filósofo Espinosa”, olha que lindo que ele escreveu...

      Para de ficar rezando e batendo no peito.

      Eu quero que você saia pelo mundo canta se diverte desfrute de tudo o que eu criei para você, pare de ir a templos que você construiu e acha que é a minha casa, a minha casa está nas montanhas, florestas, nos rios nas praias onde eu vivo, eu não te julgo eu não vou te criticar, não me irrito e nem te castigo, porque eu sou puro amor. Portanto para de pedir perdão, não há nada o que perdoar, como é que eu posso te castigar se fui eu que te fiz, eu não quero que você acredite em mim, eu quero que você me sinta dentro de você, não me procure fora de você, não vai me achar, procura-me dentro e aí que eu estou, Deus está dentro de você...

 


sexta-feira, 25 de novembro de 2022

O Conto… Aconteceu assim....

   



      Por: Alfredo Guilherme 

 

    A alegria de viver com amor… 

 

    Eu vou ter um treco, se não viajar nesse próximo feriado, para onde ainda não sei, vou fazer uma ligação por vídeo, com a Zélia, quem sabe ela aceita e poderemos respirar um ar diferente na estrada, e pela viseira do capacete apreciar a paisagem novamente pilotando a moto. 

   - Oi, bom dia !!, tudo bem por aí? Estava pensando em viajar nesse feriado para algum lugar tranquilo, o que você acha de irmos de moto?.

   - De moto? 

   - Sim, não é você que vive esnobando na língua francesa o nosso slogan, “La joie de vivre avec amor” (A alegria de viver com amor) … 

     - Realmente, é o nosso slogan, mas só uma perguntinha? nele inclui também viajar de moto, mais de uma vez? Amorzinho nem morta! Humildemente, me permite dar uma sugestão? Porque, não vamos no meu exuberante italianinho Fiat Cult 500, conversível, na cor vermelho Ferrari, eu nunca viajei com ele e você sabe, só ando com ele de casa para o trabalho do trabalho para casa… 

   - Tá, então me responda, já te entregaram o restante do carro? ou ele ainda continua com um potente motor turbo, tamanho reduzido só com duas portas com espaço atrás para dois adultos com até um metro e meio de altura, que confortavelmente vão sentados de ladinho, ah é o que dizer do porta-malas !!, que só cabe a sua frasqueira? 

   - Oh !!!, amor, não fala assim do meu lindinho de quatro rodas, ele sempre foi o meu sonho de consumo, esqueceu que eu sou a sua “Pequena Notável”, segundo suas próprias palavras. O meu carro é enorme pelo meu ponto de vista. Ah!! Meu lindo, como dizem “recordar é viver”, na nossa última viagem, pela primeira vez subi na garupa de uma moto. Mas valeu a pena, foi inesquecível juntamente em um ensolarado dia, visitando os belos Campos de Lavanda na cidade de Cunha, vibrei a cada segundo com o aroma inebriante enquanto caminhava em meio a plantação, as fotos que você tirou ficaram lindas, e não divergimos na hora da compra de lavanda e de alguns óleos essenciais, e tudo isso sem precisar gastar em Euros, para ir até o Sul da França, na região de Provence, pra viver essa emoção de conhecer um Lavandário. 

   - Cunha, tem a magia vibrante e aromática, que se mistura com a beleza do lugar… 

   - Agora vou dizer amor, foi tudo muito lindo, tudo maravilhoso, mas, eu mesmo vestida com roupas adequadas, levei 15 dias para me recuperar de dores nas costas e nas pernas, fora, mais uns 5 dias para sarar da gripe que com o vento que miseravelmente fica frio e agressivo vindo na direção do nosso rosto durante toda a viagem, ele é esse tal vento de liberdade, que vocês motociclistas tanto falam incentivando pilotar estrada à fora, mesmo assim eu sempre fiz a fina, né, querido, educada e companheira, posteriormente cheguei até ir com você em alguns eventos legais, sem pegarmos a estrada…

  - É amorzão, você tem razão vou deixar acontecer a vida com mais leveza, sem se expor a possíveis incidentes, pensando bem vou passar a bola para o meu neto que vai ficar feliz em tomar posse da moto, que tem essa marca lendária da Harley-Davidson, Moto de Aço como ele sempre gostou de chamá-la, só quem não vai gostar da ideia e a minha filha, que vai temer pela segurança dele, mas nada que um bom papo relembrando as viagens que eu e ela fizemos, com muita segurança, com certeza ela vai acabar aceitando. 

   - Oi amor, assim ela fica em família, e você poderá usar quando quiser para irmos aos eventos em Moto Clubes, confesso ter adorado, em um deles, tive a impressão de estar vivendo em um mundo paralelo, não te contei, porque você poderia me achar meio que, sonhadora. No evento, lembrei do filme "O Selvagem", com o galã Marlon Brando, exibido em 53, com a restrição de idade naquela época, eu só pude assistir depois de mocinha. Me imaginei sendo a namorada de um líder de uma gangue de motociclistas, é mole ou quer mais, e não por acaso, ele era você. Me senti vivendo em uma daquelas cenas do filme, em que eles estão bebendo, e loucos para arranjar confusão, e a gente ali, no meio deles, em um bar qualquer à beira da estrada, perto de alguma pacata cidade, e tínhamos como objetivo pegar a estrada poeirenta, rumo a muitas aventuras que poderiam acontecer estrada a fora… 

   - Querida, muitos sonhos são previsões do futuro e ficam muito próximos da realidade, isso acontece para aproximar quem amamos dos nossos sonhos, devia ter me contado, eu também já tive um desses saudáveis delírios. Uma ocasião em uma festa que reuniu várias escuderias em Campos de Jordão, eu fiquei imaginando depois de ter tomado algumas latas de cerveja, olhando pra galera se divertindo entre amigos, esbanjando tatuagens e cabelos dos mais ousados, coletes de couro com botons incríveis ao som de muito rock pesado, cercados de barracas com itens variados para o uso dos aficionados em moto mania, com as mulheres circulando no meio da festa, fazendo a famosa vaquinha para doações para alguma entidade carente, e cada um curtindo a sua Vibe. Aí eu pirei, imaginando como seria eu ter pilotado estilosamente com o cabelo "black power", braço levantado com o punho fechado simbolizando a resistência ao lado dos pioneiros integrantes da famosa escuderia americana "East Bay Dragons", fundada nos anos 50, estilo não faltava para eles, composta só por integrantes negros, com suas Harly-Davidson, customizadas, colocaram a luta contra o racismo na rota da história, muito antes dos ativistas Malcom X, e do célebre Martin Luther King. E não foi por acaso que nessa mesma cidade destes lendários motociclistas, em Oakland, Califórnia, em 1966, Bobby Seale e Huey Newton, fundaram o Partido dos famosos "Panteras Negras" cuja história de luta é lembrada até hoje...

    - Nossa, você me deixou emocionada eu só tinha conhecimento de parte dessa história de luta destes heroicos americanos negros que bravamente lutaram pela igualdade de raça, é inadmissível que tanto lá, como aqui, e pelo mundo a fora, ainda vergonhosamente temos que assistir atos de racismo… 

   - Infelizmente, essa é a realidade nua e crua amor, aqui temos várias pessoas e entidades lutando pela defesa do direito da população negra, a meu ver é preciso ir além da representatividade, políticas públicas são necessárias contra o flagelo da pobreza. 

   - Esse seria um dos caminhos. Bem voltando ao nosso momento viagem, não vou entrar no Google para pesquisar o nosso próximo destino, eu já tenho, e iremos de carro para deixar bem claro, amor, não estou sendo autoritária, só quero você no meu lindinho de quatro rodas, dividindo comigo o volante pelo tempo que durar a viagem, vai ser maravilhosa, emocionante, inesquecível, e sei lá o que mais. Bom que tal dessa vez irmos até Paraty, já que era essa a nossa intenção quando fomos para Cunha, mas preferimos passar gostosamente o final de semana em uma pousada por lá mesmo, nos amando perdidamente apaixonados, e aí, ir para Paraty, ficou só na vontade, nós não ficamos né amorzinho. Huuu !!!... minha delícia!!!...

    - Safadinha !!!, você tem o dom de me convencer com esse seu charme e essa lábia profissional, e fazendo essa carinha de dengosa, para mim, vou pesquisar aqui e fazer a reserva da pousada ok, vou ter que desligar, tenho um dia agitado pela frente… 

   - Tá bom amorzinho, não se sinta enganado por ter caído na minha lábia sedutora… beijos gostosos pra você... 

   Eu entendo e dou razão pra ela, viajar de moto realmente cansa, ainda mais por não sermos mais tão jovenzinhos, mas viajar de moto, dá um grau de conforto para a alma, que nem pode se imaginar, rejuvenesce a mente tonifica a pele, durante a nossa viagem para Cunha, dormimos cedo, tínhamos uma previsão de chegada lá pelas nove horas, até entrar na Dutra imprimi um ritmo brando, após o aumento do giro, se torna normal, mas não deixei ser seduzido pela potência do motor nas retas e curvas, tinha na minha garupa uma estreante, que com certeza só embarcou nessa por muito amor e fé no anjo da guarda e no santo de devoção. 

     Um dos momentos da viagem que ficou na minha lembrança, foi quando fizemos uma parada no alto da serra, me recordo perfeitamente ela descendo da moto, tirando o capacete pendurou na manopla, sacudindo a cabeça balançando o cabelo tentando se manter mais ou menos tenteada, fez uns movimentos de alongamento, virou para mim sorrindo me abraçando fortemente e nos beijamos longamente. Ela estava em êxtase parecia uma criança quando recebe um presente desejado na noite de Natal, falando aos gritos como se quisesse que o mundo escutasse e soubesse da sua felicidade pela aventura que nunca ela imaginaria viver, tomou alguns goles água, procuramos um local para nos sentarmos, não tínhamos muita escolha nos acomodamos em uma pedra contemplando a paisagem.      

     Ficamos por lá uns vinte minutos, tiramos algumas, lindas fotos, naquele cenário maravilhoso com as montanhas esnobando variados tons de verde pelas suas encostas, tínhamos ao fundo um horizonte que chegava a ser poético. Nós nos regalávamos de sorrisos e muita conversa fiada, quanto mais falávamos mais ficávamos relaxados para subir na moto, dar partida para os trinta minutos que ainda faltavam para chegarmos ao nosso destino.      

     

     O amor... Potencializa eficazmente as atitudes no relacionamento, mas a felicidade depende do equilíbrio e equivalência nas expectativas das experiências vividas.



 

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Uma missiva ?


           Um conto...

          A missiva...

        Fico fascinado, tentando captar um pouco desse universo digital. Ao mesmo tempo, eu acho necessário que haja um contraponto. Porque a velocidade digital não exige um contraponto de contemplação, na maneira de escrever. Já em uma carta, você dedica um tempo diferente daquele que geralmente se habitua nesses aparelhos celulares ou notebook. Então imaginem como me balançou quando abri a caixa de correspondência na portaria do prédio e lá estava entre boletos e outras papeladas, a maioria de propagandas, uma carta, franzi a testa, com cara de espanto, meio que controlando o emocional, mesmo assim me remeteu ao passado, quando receber uma carta era tão importante quanto enviar, com minha mão trêmula peguei o envelope branco selado, com remetente e endereço de entrega, no caso eu… Senti um leve perfume pessoal que exalou da mesma, é o mesmo que eu sinto ao abrir a porta do armário, que guarda algumas peças de roupas íntimas e casuais, deixadas aqui de propósito, para que eu lembre,  quem me ama e já faz parte da minha vida, junto com as roupas guardamos uma caixa de metal onde depositamos nossas  lembranças, papel de bombons, ingressos  de teatro e cinema, passeios, até rolhas que lembram cada vez que festejamos com champanhe ou vinho os momentos especiais e algumas fotografias nossas que eu editei em preto e branco, pois eu acho clássicas, no elevador até chegar ao meu apartamento a saudade bateu forte. 

       Ao entrar joguei a chave do carro junto com os boletos em cima da estante. Sentei no sofá de frente para a varanda da sala que ainda recebia nos vidros pingos da chuva de um final de tarde cinzenta, que é a cara de São Paulo nessa época do ano.

       Rasguei lateralmente o envelope, retirando calmamente a carta, fiquei surpreso, ela estava no formato de um pássaro, arte origami, ainda surpreso resolvi apreciar um pouco mais sem desmanchar essa arte milenar, deixei no braço da poltrona, e fui preparar um drink, depois de uns dois goles, pedi pra Alexa tocar a minha playlist preferida, e diminuir a intensidade da luz da sala, acendi um cigarro dei algumas longas tragadas, descalço sentindo meus pés serem massageado no velho mas bem avaliado tapete persa da sala, que os meus netos quando crianças adoravam  brincar achando que ele era o mágico tapete voador do Aladim, sonhos de crianças são realmente encantados, voltei a sentar no sofá, fiquei ainda alguns segundos admirando o pássaro antes de desmanchar, a minha ansiedade era quase que incontrolável para começar a ler esse conteúdo…

………………………..

São Paulo 16 de Setembro de 2022

       Meu amor !!!

        Dizer que está sendo maravilhoso os nossos dias e noites que passamos juntos é muito pouco, diante da felicidade que eu sinto proporcionada pelo nosso amor, somos tão imperfeitos como também perfeitos, isso nos dá opções de aprendizado de vida…

        Eu te amo meu grande amor !!!, em todos os aspectos você é incrível, carinhoso, companheiro, amante perfeito, tesudo, delicioso, vou ser grata eternamente por ser hoje uma nova mulher, de corpo e alma, me liga, pelo Face Time, do iPhone, quando acabar de ler, quem sabe a gente ainda tira um gostoso Sarinho virtual, só para relaxar e matar a saudade que eu sinto de fazer amor com você, meu homem lindo. Huuuu !!!, essa “Missiva”, ainda vai me render bons frutos, rsrsrs, gostou do termo antigo que eu usei?

      Te enviei essa missiva no formato origami de um pássaro. Pois, saiba você, que quem recebe um “pássaro”, recebe todos os poderes sobrenaturais contra o envelhecimento, assim reza a lenda, e podem também ser passado esses poderes para a sua companheira, nada boba, eu, né amor, pegar carona nesses superpoderes também…

 Beijos, amor, desta que irá te amar eternamente…❤️    

………………………….          

      Depois de atender o pedido irrecusável de namorarmos, via vídeo, e foi muito intenso, acabei relendo pelo menos umas cinco vezes durante a noite, essa carta, ou essa missiva, como ela a chamou, hoje está guardada com todo carinho na nossa caixa de lembranças especiais.

        A vida é constituída de inúmeras coisas, uma delas é o amor, que mesmo à distância nos deixa colados igual chiclete, pois somos sempre um instrumento de evolução, nessa fonte de energia positiva que é o amor…


 Texto: Alfredo Guilherme



quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Copo de cerveja…


No último copo de cerveja bebericando solitariamente, diretamente do umbigo de São Paulo, no cruzamento das avenidas São João com a Ipiranga, ainda com um baixo teor alcoólico, circulando pelo meu corpo, veio esse delírio que é a grande dificuldade de se desvencilhar definitivamente do passado …

      Temos que viver se renovando, se despindo dele, até de amores que tropeçaram pela escada ao tentar atingir o ápice da felicidade, no último degrau. Mas, como esse passado pode nos intimidar ?. Ele não pode, e nem deve ser deixado de lado, ele tem a sua história, sabemos ser impossível ter um simples final. 

        Em algum momento, basta um deslize de relance pelo passado e, já será o suficiente para o coração desejar ouvir essa canção do Vinícius de Morais…

Eu sei que vou te amar

Por toda a minha vida eu vou te amar

Em cada despedida eu vou te amar

Desesperadamente 

Eu sei que vou te amar…

       Independente de um final feliz ou não, ela, a vida, é quem poderá resolver… Se encarregará de transferir o distanciamento, não, que isso seja uma substituição, pois nada pode substituir e, neste caso, se torna uma agregação.

       Ainda bem, que pelo menos podemos profetizar em sermos felizes, e com mais clareza poder pensar sobre a nossa própria trajetória, onde poderemos construir a nossa nova história.

       E não, ficar chorando o leite derramado….     Ao em vez disso, eu gritei bem alto !!.

      - Garçom !!! desce mais uma estupidamente gelada…

 

Texto Alfredo Guilherme 

 


segunda-feira, 3 de outubro de 2022

O que temos pra hoje ?


 

    

       Você foi criada e composta dentro de um padrão que te leva a ser Sacra, mas o amor te libertou, e te aprova se quiser ser profana. Isso se chama lucidez.

       Temos uma ilha dentro de nós e sabemos que sair dela é se desconectar de tantas vidas, de tantos personagens que ainda temos que viver.

       Para chegarmos ao novo, não podemos deixar secar os verdes campos, pelos subúrbios do nosso ser.

       Vou te fazer um pedido continue a massagear seus seios ouvindo a voz, do amor, que eu continuo sonhando em desejar e ser desejado, também em prosas e versos.

 

        Dizer só, eu te amo

        É ter pouca fé

        Mas a minha fé 

        É no nosso amor 

        Cresce a toda hora

        Todos os dias 

        Em todos os sentidos

       Eu e você 

        Em lugares lindos 

        Dourados pela luz do sol

        Memória, imagens tão fortes

        Que talvez, hoje eu precisasse 

        Rever novamente com você.


         Pensar nessa energia, nessa força, nessa alegria, e nesse orgulho de pertencer, que só se compara ao tamanho da reverência que eu faço ao amor.   

         


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